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Comissão Europeia aprova apoio de 140 milhões para 29 novos projectos LIFE natureza e biodiversidade

15.11.2023

A Comissão Europeia aprovou ontem 171 novos projetos em toda a Europa no âmbito do Programa LIFE para o ambiente e a ação climática no valor de mais de 396 milhões de euros. Destes, 29 são projetos no domínio da natureza e da biodiversidade, com um orçamento total de cerca de 211 milhões de euros (dos quais a UE contribuirá com cerca de 140 milhões de euros).

Os projetos LIFE contribuem para alcançar os objetivos do Pacto Ecológico Europeu, incluindo o apoio à biodiversidade e o restauro da natureza. 

Ontem foram aprovados 29 projetos no domínio da natureza e da biodiversidade, com um orçamento total de cerca de 211 milhões de euros (dos quais a UE contribuirá com cerca de 140 milhões de euros).

Há projectos que, nos próximos anos, irão restaurar ecossistemas e habitats de água doce, marinhos e costeiros; melhorar o estado de conservação das aves, insetos, répteis, anfíbios e mamíferos; reforçar a governação; e apoiar a aplicação e o cumprimento das Diretivas Aves e Habitats e a Estratégia de Biodiversidade da UE para 2030.

Em Portugal foi aprovado, por exemplo, o projecto Mariculture for Ria de Aveiro subtidal seagrass Rewilding (SeaGrassRIAwild), pela Universidade de Aveiro. O objectivo é reverter o estatuto de ameaça da Zostera marina na Ria de Aveiro.

Este projecto propõe “mudar o paradigma do restauro das pradarias marinhas, permitindo programas a larga escala de cultura de pradarias marinhas”, envolvendo vários parceiros e ações de restauro.

O SeaGrassRIAwild começou a 1 de Setembro deste ano e vai terminar a 31 de Agosto de 2030. Tem um orçamento total de mais de 3,4 milhões de euros, dos quais 2,5 serão financiados pela UE.

Portugal participa ainda em outros projectos, como o “Stop Cortaderia +. Development and implementation of a transnational alliance against Cortaderia“, coordenado por parceiros espanhóis e que conta com o Instituto Politécnico de Coimbra e a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia. Este projecto – que pretende controlar e confinar a espécie invasora Cortaderia selloana no Arco Atlântico – decorre de 1 de Outubro deste ano a 30 de Setembro de 2028; tem um orçamento total de mais de 6,3 milhões de euros, dos quais 3,8 terão financiamento europeu.  

Outro projecto com participação portuguesa é o Slow growing forests management for Climate Change Mitigation (LIFE CO2RK), nomeadamente com a União da Floresta Mediterrânica, o Centro Tecnológico da Cortiça e o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). Este projecto – que conta com a participação de Portugal, Espanha e França – pretende conceber e desenvolver as ferramentas necessárias para a certificação e registo do carbono sequestrado pelas boas práticas florestais. A iniciativa começou a 15 de Setembro deste ano e terminará a 14 de Setembro de 2028; tem um orçamento total de 2,3 milhões de euros, dos quais 1,4 serão financiados pela UE.

Os 171 projetos anunciados ontem foram selecionados a partir de mais de 751 candidaturas, apresentadas no âmbito do convite à apresentação de propostas LIFE 2022, publicado em Maio de 2022.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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