Guriurius minuano é o nome da espécie de aranha recentemente descrita, na América do Sul. É a 50.000ª espécie de aranha registada no Catálogo Mundial de Aranhas, sediado no Museu de História Natural de Berna, na Suíça. Os peritos acreditam que outras tantas ainda estarão por descrever.
O nosso planeta é habitado por, pelo menos, 50.000 espécies de aranhas, anunciou a 6 de Abril uma equipa internacional de peritos do Catálogo Mundial de Aranhas (World Spider Catalog, WSC).
A 50.000ª espécie foi descrita pela aracnóloga Kimberly S. Marta, investigadora da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, no Rio Grande do Sul, e pelos seus colegas do Brasil. Esta aranha pertence à família das aranhas papa-moscas (Salticidae) e caça as suas presas em arbustos e árvores no Sul do Brasil, Uruguai e na Argentina, em redor de Buenos Aires.
O nome dado à espécie quer homenagear o agora extinto grupo indígena Minuanos que vivia na mesma região. Este nome é uma referência ao vento forte vindo do Sudoeste, frio e cortante e de origem polar, típico da região.
A descrição da espécie foi publicada a 5 de Abril na revista Zootaxa. O holotipo está guardado no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil.
“Estimamos que ainda existam cerca de outras 50.000 espécies de aranhas por identificar”, comentaram os responsáveis pelo Catálogo Mundial de Aranhas, citados em comunicado.
Sendo que a primeira aranha foi cientificamente descrita em 1757, os peritos demoraram 265 anos para identificar 50.000 espécies. Contudo, a velocidade a que novas espécies são descritas tem vindo a aumentar de forma consistente. Por isso, espera-se que demorará menos de 100 anos à comunidade internacional para descobrir a segunda metade das espécies de aranhas do mundo.
Toda a literatura científica relacionada com a taxonomia (a ciência que descreve, nomeia e classifica organismos) das aranhas está listada naquele Catálogo Mundial e desde 2014 que está acessível gratuitamente aqui para formação e investigação.
Segundo estes peritos, as aranhas são os predadores mais importantes nos habitats terrestres e a sua importância ecológica não deveria ser subestimada: consomem entre 400 e 800 milhões de toneladas de insectos por ano, sendo assim os mais importantes reguladores das populações de insectos. Por isso são também fundamentais para os humanos.