O governo regional de Castela-La Mancha anunciou a 2 de Março que pretende publicar antes do Verão um novo Plano de Recuperação do Lince-ibérico para ajudar a criar mais núcleos desta espécie na região.
O anúncio foi feito pelo conselheiro para o Desenvolvimento Sustentável de Castela-La Mancha, José Luis Escudero, a 2 de Março aquando da libertação de dois linces-ibéricos na natureza nos Montes de Toledo.
A reintrodução destes dois animais – que vieram do Centro de Reprodução de La Olivilla (Jaén) – é feita no âmbito do projecto europeu Life Lynx Connect que dá continuidade à recuperação da espécie em Portugal e Espanha. Ao todo este ano serão libertados 27 linces em regiões criteriosamente escolhidas na Península Ibérica.
Estes dois linces libertados nos Montes de Toledo a 2 de Março são a fêmea Rwanda e o macho Rubens, nascidos no Centro de La Olivilla no ano passado.
Na temporada de reintroduções de 2021 nesta região espanhola foram reintroduzidos 10 linces: seis na área de reintrodução dos Montes de Toledo e quatro na Serra Morena Oriental. Desde 2014 já foram libertados 104 linces em Castela-La Mancha.
O governo regional de Castela-La Mancha vai destinar 12,5 milhões de euros para travar a perda da biodiversidade e para manter as espécies que lá existem. “No governo regional estamos a trabalhar pela biodiversidade do nosso território, em linha com o que estabelece a Estratégia de Conservação da Biodiversidade 2030 da União Europeia, que tem como objectivo evitar a perda de biodiversidade”, explicou Escudero, em comunicado.
Escudero aproveitou a ocasião para anunciar que a Direcção Geral do Meio Natural e da Biodiversidade está a trabalhar na revisão do Plano de Recuperação do Lince-Ibérico em Castela-La Mancha, cuja versão actual é de 2003.
O plano vai apresentar uma “renovação absoluta” porque “se antes tentávamos conservar o habitat, já que não havia linces, com o novo plano trabalhamos sobre a base de uma importante população de 326 exemplares na região. Portanto, o objectivo não é só conservar conservar as populações e fomentá-las”.
Segundo Escudero, o desafio agora é estabelecer novos núcleos de presença estável e reprodutora em Castela-La Mancha, que reúnam os requisitos adequados para os estabelecer, além das três zonas actuais: Serra Morena Oriental e Ocidental e Montes de Toledo.
Estima-se que vivam actualmente em Castela-La Mancha 326 linces, com um total de 47 fêmeas reprodutoras com território: 21 em Montes de Toledo, 12 na Serra Morena Oriental e 14 na Serra Morena Ocidental.
O processo de revisão deste plano contou com a participação de grupos conservacionistas, proprietários particulares e associações cinegéticas.
Escudero acredita que antes do Verão o novo Plano deverá estar pronto.
O lince-ibérico é apenas uma das espécies emblemáticas de Castela-La Mancha em situação vulnerável. Neste grupo incluem-se também a águia-imperial e o abutre-preto.
Actualmente, Castela-La Mancha está a rever os planos de conservação destas duas espécies. Este processo deverá estar concluído depois do Verão. O responsável acrescentou que estão a ser feitos estudos para a reintrodução do abutre-preto no Norte de Guadalajara, no Parque Natural do Alto Tejo.
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