A Câmara de Loulé considerou “crime ambiental” a limpeza de um terreno junto à praia do Ancão, na Quinta do Lago, com a destruição de habitats e abate de árvores de grande porte.
“A intervenção levada a cabo de corte massivo e indiscriminado de inúmeros pinheiros e outras árvores saudáveis de grande porte, a coberto de “trabalhos de limpeza”, configura um verdadeiro atentado ambiental que não pode passar impune”, afirma a autarquia algarvia, numa nota divulgada no site.
Em causa esteve também a destruição neste pinhal de vários habitats de espécies protegidas, como tomilho, tuberárias e narcisos, nesta zona que pertence ao Parque Natural da Ria Formosa (PNRF), noticiou o jornal Público. Um grupo de moradores denunciou o caso às autoridades, o que levou ao embargo dos trabalhos no terreno por decisão do PNRF, na última segunda-feira.
Muitos pinheiros mansos abatidos eram já árvores centenárias. De acordo com a Câmara Municipal de Loulé, este corte massivo de árvores não aconteceu “ao abrigo de qualquer operação urbanística, sujeita a controle prévio da Câmara Municipal de Loulé”, e sobre este terreno não há qualquer pedido de licenciamento para uma operação urbanística.
O caso já foi “devidamente sinalizado” junto do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, entidade que fiscaliza esta área, “para actuação em conformidade”.
Qualquer que seja a decisão do ICNF, acrescentou a autarquia, o proprietário do terreno vai ser contactado com a exigência, “como medida mitigadora, a imediata replantação de espécimes de porte idêntico, em todas as áreas afetadas pela intervenção”.