Dom-fafes, pintassilgos e trigueirões, entre outras espécies, foram apreendidos e devolvidos à natureza como resultado de duas buscas domiciliárias, que levaram também à detenção de dois homens, no concelho de Penafiel.
“Na sequência das buscas, foi detectada uma estação de captura de aves” que funcionava “com elevado grau de eficiência”, relatou o Instituto Nacional da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
Nessa estação encontravam-se aparelhos electrónicos de chamariz, aves vivas em gaiolas “alçapão” e ainda redes de captura permanentes em diferentes quadrantes de entrada de voo, “para captura do maior número de aves.”
As buscas domiciliárias, ordenadas pelo tribunal, foram realizadas por uma equipa de agentes do SEPNA-Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (GNR). As acções foram acompanhadas por guardas do Corpo Nacional de Vigilantes da Natureza, ligado ao ICNF.
Os agentes apreenderam os materiais usados para a captura, incluindo cerca de 60 gaiolas, e desactivaram também quatro viveiros, onde estavam dezenas de aves em cativeiro.
De acordo com informações divulgadas pela GNR, entre as 31 aves que foram apreendidas, de várias espécies, estavam 13 dom-fafes, sete pintassilgos, quatro trigueirões, três travessos, dois lugres e uma canária. “A canária e os três travessos foram entregues no Parque Biológico de Gaia – Avintes, e todas as restantes aves foram devolvidas ao seu habitat natural.”
As equipas encontraram também diversas aves já mortas.
De acordo com a GNR, estas buscas realizaram-se no dia 8 de Dezembro, sábado. Foram detidos dois homens “por captura e venda ilegal de espécies protegidas”, que ficaram a aguardar por julgamento.
Em causa estão crimes de danos contra a natureza, indica por seu turno o ICNF, uma vez que “todas as aves que ocorrem naturalmente no território português estão protegidas”. “Esta prática criminosa é especialmente lesiva para a conservação das espécies e contribui para o declínio das populações de aves no nosso país.”