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Associação ZERO pede proibição da pesca destrutiva

08.06.2022
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Foto: Danilo Cedrone/Wiki Commons

A sobrepesca é uma das quatro grandes ameaças aos nossos oceanos, segundo a ZERO. A três semanas da Conferência dos Oceanos da ONU, a associação pede aos líderes políticos que proíbam a pesca destrutiva.

A protecção dos oceanos, um dos grandes pulmões do planeta e que fornecem alimento para milhões de espécies, é cada vez mais premente, lembra a ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável, no Dia Mundial dos Oceanos.

“Ano após ano apresentamos indicadores com pior desempenho, sinalizando o estado de declínio dos oceanos, pondo em causa o sustento de 3 mil milhões de pessoas que deles dependem.”

A três semanas da Conferência dos Oceanos da ONU, que irá decorrer em Lisboa de 27 de Junho a 1 de Julho, a ZERO apela aos decisores políticos que “fiscalizem mais as práticas da pesca, proibindo a pesca destrutiva” e procurando “reduzir a pesca acidental”.

A ZERO recorda que 35% dos stocks de pesca estão sobreexplorados e com tendência a aumentar.

Outra grande ameaça aos oceanos são os plásticos, que representam 85% do lixo marinho. “Um estudo recente da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) aponta para que, se nada for feito, o uso de plástico triplique até 2060, com apenas 16% a ser reciclado”, salienta a ZERO em comunicado enviado à Wilder.

Por isso, a associação pede um Tratado Global sobre Plásticos que trave, sobretudo, os plásticos descartáveis.

E todos os cidadãos podem fazer a sua parte, nomeadamente evitando comprar produtos descartáveis e/ou que contenham microplásticos, preferir produtos em fibras naturais, consumir menos coisas e não deitar lixo nas sarjetas ou nas sanitas.

Outras grandes ameaças são a poluição, nomeadamente do transporte marítimo (descargas de poluentes, ruído e emissões de gases com efeito de estufa), e as alterações climáticas, com o seu impacto sobre o aquecimento e acidificação dos oceanos.

A ZERO pede também aos decisores políticos uma “maior ambição de redução de emissões, em linha com o Acordo de Paris”, a criação de “zonas de emissões controladas, de forma a reduzir a poluição provocada pelo transporte marítimo”, o incentivo à “utilização de combustíveis mais limpos”.

Outras medidas propostas pela associação passam pela concretização de um terço dos oceanos como reservas naturais e áreas marinhas protegidas e por garantir a implementação de planos de gestão das Áreas Marinhas Protegidas (com planos de monitorização e fiscalização eficazes).

A todos, a associação pede que procurem “conhecer melhor e proteger os ecossistemas marinhos” e “procurar ter uma dieta de base vegetal” e/ou “preferir espécies não ameaçadas e com maior dimensão (que já se tenham reproduzido)”.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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