O leitor Vasco Condessa ficou fascinado pelo nascimento inesperado de uma planta na sua varanda, em Lisboa, e pediu ajuda à Wilder para descobrir do que se trata, se será venenosa e também se dará flor. O Jardim Botânico da Universidade de Coimbra responde a todas as questões.
“Esta planta nasceu num vaso da minha varanda, com certeza através de uma semente trazida pelo vento. A semente deve ter vindo de um jardim qualquer ou de outra varanda”, acredita Vasco Condessa, que mora ao lado do Mercado do Forno do Tijolo, freguesia lisboeta de Arroios.
A planta em questão pertence ao género Conyza, que agrupa várias espécies de plantas muito semelhantes entre si, conhecidas em Portugal pelo nome comum de avoadinhas.
Espécie identificada e texto por: Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, que tem a decorrer um projecto de consultas botânicas para o qual poderá enviar todas as perguntas e dúvidas que tiver sobre as plantas ([email protected]).
Em Portugal, as plantas mais comuns do género Conyza têm origem na América do Sul e América do Norte e estão registadas como invasoras em território nacional, ou seja, são plantas não nativas que se reproduzem e desenvolvem muito rapidamente, escapando ao controlo humano e tornando-se nocivas. Segundo o projecto Invasoras.pt, em território nacional há pelo menos quatro espécies de avoadinhas, entre as quais a Conyza canadensis e a Conyza bonariensis.
Nesta fase de crescimento, é impossível identificar qual foi a espécie nascida no vaso, até porque as plantas deste género hibridizam facilmente entre si.
Mas de onde veio esta avoadinha? Terá chegado através do vento, sim, que as sementes das espécies deste género têm pêlos como estruturas de auxílio à dispersão anemófila (por acção do vento), uma das características que as tornam invasoras eficientes; para além disso, cada indivíduo produz milhares de sementes.
Não sendo venenosa, algumas espécies do género Conyza estão referenciadas como tendo potencial alergénico, pela elevada quantidade de polén que produzem.
Como todas as plantas angiospérmicas, certamente que produz flor – neste caso, muitas flores reunidas em “capítulos” (uma espécie de receptáculos em forma de disco). Esta característica é habitual na família Compositae ou Asteraceae, à qual estas espécies pertencem, como os malmequeres e os girassóis, por exemplo.
[divider type=”thin”]Agora é a sua vez.
Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. No caso de plantas, deve enviar fotos de pormenor das folhas, frutos e flores (se houver), se possível também tiradas contra o céu. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.
Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.