O leitor Ricardo Madeira fotografou este sardão a 1 de Setembro de 2021 no concelho de Serpa e quis saber mais informações. Guilherme Caeiro-Dias responde.
“No passado dia 1 de Setembro no concelho de Serpa, onde sou proprietário de um monte, encontrei afogado num garrafão de água este belo exemplar de sardão. Infelizmente já o encontrei afogado. Media cerca de 60/70cm…”, escreveu o leitor à Wilder.
Trata-se de um sardão (Timon lepidus).
Espécie identificada por: Guilherme Caeiro-Dias, primeiro autor do estudo que elevou ao estatuto de espécie a lagartixa-lusitânica (Podarcis lusitanicus), antigo aluno de doutoramento no CIBIO-InBIO, agora a trabalhar na Universidade do Novo México, nos Estados Unidos.
“Sim, é um Sardão macho. Não sei quantos anos terá mas com esse tamanho teria vários anos. Esta espécie pode chegar aos 18/20 anos de idade, embora na natureza não seja frequente chegar a estas idades, principalmente por acção de predadores ou do homem (acidental ou propositadamente, como atropelamentos, perseguição, etc.)”, explicou Guilherme Caeiro-Dias.
O investigador Francisco Álvares, do CIBIO-InBIO, acrescenta que “já é raro observar exemplares tão grandes”.
Este é “o maior e o mais robusto dos lagartos europeus”, segundo o guia Anfíbios e Répteis de Portugal. É verde com pintas escuras e ocelos azuis nos flancos. O ventre é branco ou amarelo.
Está activo da Primavera ao Outono.
Podemos vê-lo de Norte a Sul de Portugal continental mas é mais abundante nas zonas montanhosas e rochosas do Norte do país, segundo o Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal.
A espécie está em regressão por causa da destruição do habitat, fragmentação do habitat e pela actividade agro-florestal intensiva.
Agora é a sua vez.
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