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Que espécie é esta: papoila-brava

13.03.2023

A leitora Luísa Lopes fotografou esta planta a 5 de Maio de 2019 perto de Azeitão e pediu para saber qual a espécie. Carine Azevedo responde.

“O meu nome é Luísa Lopes e estou aqui de novo para pedir a vossa ajuda na identificação da espécie de uma papoila que nasceu no meu jardim, mas que não é igual às que costumam nascer por aqui. Esta espécie é mais ramificada que as outras, a flor tem 4 pétalas em cruz que não se sobrepõem e a cápsula das sementes também não é igual às outras: a cápsula faz uma espécie de gomos, está coberta por uns picos macios e a tampa é mais pequena que nas outras papoilas. A zona onde vivo é na serra da Arrábida, numa encosta virada para norte, perto de Azeitão”, escreveu a leitora à Wilder.

Tratar-se-á de uma papoila-brava (Papaver hybridum).

Espécie identificada e texto por: Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

Parece trata-se de uma Papaver hybridum, conhecida por um vasto número de nomes comuns: papoila-brava, papoila-ouriçada, papoila-peluda e papoula-peluda.

Pertencente à família botânica Papaveraceae, a papoila-brava é uma espécie nativa da região do Mediterrâneo. 

Em Portugal pode ser vista em quase todo território do continente e no Arquipélago da Madeira. É comum em áreas agrícolas cultivadas ou em pousio, na margem de caminhos e noutros locais perturbados.

A papoila-brava é uma planta herbácea anual, que pode atingir entre 15 a 60 centímetros de altura. Possui caule áspero, geralmente revestido de pêlos esbranquiçados. 

As folhas são muito recortadas, mais ou menos híspidas. As folhas inferiores dispõem em roseta e as folhas caulinares são pouco numerosas e vão-se tornando gradualmente menores e sésseis à medida que sobem ao longo do caule.

A floração desta papoila pode ocorrer entre março e maio. 

As flores têm entre dois a cinco centímetros de diâmetro e surgem isoladas no ápice da haste floral longa e pilosa. São formadas por quatro pétalas completamente livres, geralmente rosa-avermelhadas a carmesim ou escarlate, com um mancha violácea enegrecida na base. As anteras são de cor azul.

O fruto – cápsula – é arredondado ou ligeiramente ovado, densamente coberto com cerdas amareladas, ásperas e mais ou menos recurvadas e com ranhuras longitudinais.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Equipa Wilder

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