A leitora Marina Palácio fotografou estes seres gelatinosos a 30 de Dezembro na Praia da Fonte da Telha, Almada, e quis saber qual o seu nome. A equipa do GelÀVista responde.
“Um passeio com a minha irmã na praia da Fonte da Telha acabou por ser uma manhã de salvamento de diversas espécies que ainda estavam vivas consequência da pesca de arrasto”, contou a leitora à Wilder.
De entre o que fotografou naquela manhã de 30 de Dezembro, há algumas espécies que não soube identificar. Como “este animal verde, que não me parece que seja um choco” e que “era bastante grande e belo, media cerca de dois pés tamanho 37”.
“Não é nada agradável ver estes animais assim ao longo da praia, muitos deles mutilados. Que não sei se será o caso da ‘estrelinha’ gelatinosa.”
Esta espécie é a medusa-do-tejo (Catostylus tagi).
Espécie identificada por: Equipa do GelAVista, do Grupo de Oceanografia e Plâncton do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Esta é a medusa mais comum em Portugal continental, podendo ser facilmente observada em portos e marinas, especialmente nos rios Tejo e Sado mas também pode ser encontrada no litoral do Algarve, estuário do rio Guadiana e ria de Aveiro.
Esta medusa tem origem no rio Tejo, daí o seu nome.
É uma espécie de grandes dimensões, com oito tentáculos espessos em forma de cacho, com as gónadas em cruz visíveis através da campânula e uma cor branca, azulada ou rosada com tons acastanhados pelo corpo.
A medusa-do-tejo, ainda que habitualmente nos apareça com uma cor acastanhada, também pode aparecer com um tom mais azulado.
Como não tem grande capacidade de fazer frente às correntes e marés é arrastada até às praias podendo encontrar-se em variadas posições como a que se observa na primeira foto.
A foto da “estrelinha” gelatinosa será, muito provavelmente, um fragmento desta mesma espécie – o centro do manubrium (campânula) – mas tendo dado à costa há mais tempo. Como são organismos delicados facilmente se degradam com a ação das ondas e da areia da praia. O centro do manubrim é um material gelatinoso mais robusto e foi a única coisa que resistiu mais à força das ondas, do arrojamento na areia e ao tempo.
Em Portugal, a medusa-do-tejo ocorre todo o ano mas especialmente nos meses de Agosto e Setembro.
O seu poder urticante é considerado fraco. No entanto, aconselha-se precaução, evitando o contacto com os tentáculos. Se for picado, aplique gelo e se possível, bicarbonato de sódio.
Agora é a sua vez.
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