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Foto: Célia Foyos

Que espécie é esta: gaiola-de-bruxa

26.05.2020

A leitora Célia Foyos encontrou um “ovo” desconhecido na zona de Marinhais, Salvaterra de Magos, e pediu ajuda para saber a espécie. A associação Ecofungos responde. 

 

“Gostaria que me ajudassem a perceber de que animal é este resto de ovo, que estava numa parte do jardim onde não mexia desde o ano passado”, solicitou Célia Foyos, numa mensagem enviada à Wider sobre a imagem captada no final de Abril. “Vivo numa casa contígua a um terreno florestal”, explicou ainda.

Trata-se na verdade de um fungo da espécie Clathrus ruber, conhecido pelos nomes comuns de gaiola-de-bruxa, gaiola-vermelha ou lanterna-das-bruxas.

 

 

Espécie identificada e texto por:  Ecofungos – Associação Micológica.

Esta é uma espécie particularmente interessante de fungo. É uma espécie saprófita, da família Phallaceae.

Surge com frequência no solo, em grupos ou isolado, sobre matéria orgânica em decomposição.

A frutificação inicia-se com o aparecimento de um “ovo” gelatinoso, que na maturação rompe e deixa a descoberto uma pseudo-gaiola vermelha. O ovo gelatinoso permite a disponibilização de humidade ao fruto, mantendo-o fresco mais tempo.

Esta rede vermelha mimetiza a carne em putrefacção, quer pela cor, quer pelo cheiro nauseabundo que exala, a fim de atrair insectos necrófagos. Na fase final de maturação, abre e acaba por se liquefazer no solo.

Essa estratégia permite que os insectos que aqui se banqueteiam contribuam para a dispersão dos esporos desta espécie.

[divider type=”thin”]Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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