O leitor António Silveira Gomes viu esta aranha a 19 de Julho em Santo Isidoro, Mafra, e pediu ajuda na identificação. Sérgio Henriques responde.
“Esta aranha de pequenas dimensões vive na minha sala de estar em Sto.
Isidoro, Mafra. Capturou e imobilizou um moscardo duas vezes o seu
tamanho. Não tenho medo de aranhas, tenho muitas espécies de aranhas a
viver no jardim e respeito a biodiversidade, mas como tenho uma criança
pequena prefiro prevenir”, escreveu o leitor à Wilder.
“Tem aproximadamente 1,5 cm e é toda negra mas tem uma mancha no abdómen em forma de flor-de-lis. Conseguem ajudar-me a identificar que espécie é?”
Tratar-se-á de uma falsa-viúva-triangulosa (Steatoda triangulosa).
Espécie identificada e texto por: Sérgio Henriques, líder do grupo de especialistas em aranhas e escorpiões da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e especialista da Sociedade Zoológica de Londres.
Esta parece ser um juvenil de Steatoda e a mancha em forma de flor de Lis sugere que poderá ser uma Steatoda triangulosa.
São, de facto, predadores excepcionais que se alimentam de animais várias vezes o seu tamanho. Muitos deles são capazes de nos transmitir doenças (como os mosquitos), atacar a nossa habitação (como as térmitas) ou contaminar a nossa comida (como as moscas). Tudo isto de borla e sem sequer precisarmos de lhe agradecer.
A sua mordedura em humanos é extremamente rara e é mais provável uma criança magoar-se numa porta, prego ou outra coisa qualquer, que ser mordida por esta espécie.
Mesmo que aranha seja agarrada e forçada a morder, é difícil que consiga penetrar a pele. E mesmo que a sua boca seja empurrada até ultrapassar a pele, o veneno seria provavelmente inofensivo e no pior dos casos causaria uma pequena irritação local.
Agora é a sua vez.
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