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Que espécie é esta: falsa-viúva-triangulosa

14.12.2020

O leitor António Silveira Gomes viu esta aranha a 19 de Julho em Santo Isidoro, Mafra, e pediu ajuda na identificação. Sérgio Henriques responde.

“Esta aranha de pequenas dimensões vive na minha sala de estar em Sto. 
Isidoro, Mafra. Capturou e imobilizou um moscardo duas vezes o seu 
tamanho. Não tenho medo de aranhas, tenho muitas espécies de aranhas a 
viver no jardim e respeito a biodiversidade, mas como tenho uma criança 
pequena prefiro prevenir”, escreveu o leitor à Wilder.

“Tem aproximadamente 1,5 cm e é toda negra mas tem uma mancha no abdómen em forma de flor-de-lis. Conseguem ajudar-me a identificar que espécie é?”

Tratar-se-á de uma falsa-viúva-triangulosa (Steatoda triangulosa).

Espécie identificada e texto por: Sérgio Henriques, líder do grupo de especialistas em aranhas e escorpiões da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e especialista da Sociedade Zoológica de Londres.

Esta parece ser um juvenil de Steatoda e a mancha em forma de flor de Lis sugere que poderá ser uma Steatoda triangulosa.

São, de facto, predadores excepcionais que se alimentam de animais várias vezes o seu tamanho. Muitos deles são capazes de nos transmitir doenças (como os mosquitos), atacar a nossa habitação (como as térmitas) ou contaminar a nossa comida (como as moscas). Tudo isto de borla e sem sequer precisarmos de lhe agradecer. 

A sua mordedura em humanos é extremamente rara e é mais provável uma criança magoar-se numa porta, prego ou outra coisa qualquer, que ser mordida por esta espécie.

Mesmo que aranha seja agarrada e forçada a morder, é difícil que consiga penetrar a pele. E mesmo que a sua boca seja empurrada até ultrapassar a pele, o veneno seria provavelmente inofensivo e no pior dos casos causaria uma pequena irritação local.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.


Já que está aqui…

Apoie o projecto de jornalismo de natureza da Wilder com o calendário para 2021 dedicado às aves selvagens dos nossos jardins.

Com a ajuda das ilustrações de Marco Nunes Correia, poderá identificar as aves mais comuns nos jardins portugueses. O calendário Wilder de 2021 tem assinalados os dias mais importantes para a natureza e biodiversidade, em Portugal e no mundo. É impresso na vila da Benedita, no centro do país, em papel reciclado.

Marco Nunes Correia é ilustrador científico, especializado no desenho de aves. Tem em mãos dois guias de aves selvagens e é professor de desenho e ilustração.

O calendário pode ser encomendado aqui.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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