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Que espécie é esta: escorpião

07.07.2022

A leitora Célia Marques fotografou um escorpião no dia 11 de Junho, no Algarve, e pediu para saber a espécie. Pedro Sousa responde.

“No condomínio onde temos casa em Lagos encontrámos […] este escorpião numa escada comum onde circulam pessoas todos os dias”, explicou Célia Marques numa mensagem enviada à Wilder. “Gostaríamos de saber se possível se esta espécie corresponde ao ecossistema desta zona do país e se é segura a sua convivência com humanos.”

Trata-se de um escorpião do género Buthus, também conhecido por lacrau, o único género de escorpiões que são nativos de Portugal.

Foto: Célia Marques

Espécie identificada por: Pedro Sousa, investigador do CIBIO-InBIO (Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos).

A taxonomia deste género relativa ao território português tem estado em revisão, mas de acordo com a taxonomia actual trata-se de um escorpião da espécie Buthus gabani, explica este especialista.

Este escorpião, que antigamente era denominado de Buthus occitanus, é característico de zonas quentes e com pouca vegetação. Tal como outros escorpiões, consegue sobreviver durante muito tempo sem alimentos e água. Tem hábitos nocturnos.

Quanto ao veneno, usa-o apenas para se defender ou para caçar presas maiores do que ele, devido ao desgaste de energia que isso representa. É uma espécie pouco perigosa para os humanos.

“No local da picada os sinais podem ser mínimos, contudo, a dor é muito intensa e há formação de edema”, explica a Universidade de Évora. “Os sintomas podem variar desde a ansiedade, arrepios, cãibras musculares até à hipotensão.”


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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