A leitora Inês Almeida fotografou este escaravelho a 7 de Julho de 2018 nas Penhas Douradas, Serra da Estrela, e quis saber qual a espécie a que pertence. José Manuel Grosso-Silva responde.
“Vimos alguns destes escaravelhos (?) nas nossas voltas pelas Penhas Douradas, na Serra da Estrela. Podem ajudar-nos a identificar?”, perguntou a leitora à Wilder.
Trata-se de um escaravelho‑verde‑das‑verrugas (Lytta vesicatori).
Espécie identificada e texto por: José Manuel Grosso-Silva, responsável pelas colecções entomológicas do Museu de História Natural e da Ciência (Universidade do Porto).
O escaravelho‑verde‑das‑verrugas, Lytta vesicatoria, é assim chamado porque produz uma substância química com propriedades irritantes, a cantaridina. Esta é uma característica da família a que pertence (Meloidae) e tem funções defensivas.
Os meloídeos são também conhecidos por apresentarem hipermetamorfose, o que significa que apresentam formas larvares muito diferentes ao longo do seu desenvolvimento. Na primeira fase, as larvas são muito móveis, com patas grandes e três unhas em cada pata (daí o seu nome: larvas triungulinas). As triungulinas são foréticas, colocando-se em locais estratégicos da vegetação para apanharem boleia de abelhas solitárias. São assim transportadas para os ninhos das abelhas, onde mudam de forma e comportamento, passando a alimentar-se de pólen e ovos das abelhas e praticamente não se deslocando.
Em Portugal, o escaravelho‑verde‑das‑verrugas ocorre na metade norte do território.
Uma curiosidade: fora da Península Ibérica esta espécie ocorre em árvores, principalmente freixos, enquanto a nível ibérico se encontra sobre giestas e tojos.
Agora é a sua vez.
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