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Que espécie é esta: doninha

09.06.2022

A leitora Diana Almeida encontrou um pequeno animal perto do campo de golfe da Estela, Póvoa de Varzim, a 6 de Junho e pediu ajuda na identificação da espécie. Francisco Álvares responde. 

Trata-se de uma doninha (Mustela nivalis).

Espécie identificada por: Francisco Álvares, investigador do CIBIO-InBIO, especializado em mamíferos carnívoros.

A doninha é “o carnívoro de menores dimensões da fauna portuguesa”, explicou Francisco Álvares. “É um carnívoro extraordinário apesar do seu tamanho diminuto.”

A doninha é uma espécie que pertence à família Mustelidae, ou seja, aos mustelídeos, da qual fazem parte outros carnívoros como os arminhos, os toirões, as lontras e os texugos.

Os machos adultos podem medir entre os 17,5 e os 25 centímetros e as fêmeas adultas, mais pequenas, variam entre os 16,5 e os 19 centímetros, segundo o livro “Um olhar sobre os carnívoros portugueses” (2012). 

Os machos adultos pesam entre 90 e 223 gramas e as fêmeas entre 49 e 80 gramas.

As doninhas podem estar activas de noite e de dia e alimentam-se de pequenos ratinhos, lagartos, rãs, minhocas, etc.

Segundo aquele livro, as doninhas são “bastante difíceis de observar na Natureza”.

Ainda assim, ocorrem “numa grande variedade de ambientes, desde florestas mediterrâneas até prados alpinos, seleccionando os habitats pela sua abundância de micromamíferos”, segundo o Atlas de Mamíferos de Portugal.

Em Portugal, os cientistas acreditam que as doninhas estão distribuídas por todo o território continental, “embora com grandes descontinuidades”, e também em algumas ilhas dos Açores. No entanto, como se trata de “uma espécie de difícil detecção”, havendo hoje um baixo número de registos, são necessários mais estudos sobre a presença deste mamífero, indica o Atlas.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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