O leitor Reinaldo Tomaz fotografou esta planta no seu jardim em São Domingos de Rana, Cascais, a 31 de Julho e pediu ajuda para a identificar. Carine Azevedo responde.
“Já há alguns anos aparaceu espontaneamente a flor que aqui envio que nunca vi. Por isso agradecia a vossa colaboração para a identificar. Acrescento que a flor está no meu jardim aqui em São Domingos de Rana, Cascais, e foi fotografada a 31 de Julho passado”, escreveu o leitor à Wilder.
Trata-se de uma conteira (Hedychium gardnerianum).
Espécie identificada e texto por: Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.
Trata-se de uma exótica, nativa do Himalaia.
Uma espécie da família Zingiberaceae, vulgarmente conhecida como conteira (Hedychium gardnerianum), jarroca, roca, cana-roca, gengibre-selvagem, roca-da-velha, choupa, roca-de-vénus, bananilha, roca-do-vento, rubim e flor-de-besouro.
A conteira é uma planta herbácea, rizomatosa, que pode atingir entre dois a quatro metros de altura e forma densos tufos de caules folhosos. As folhas são inteiras, compridas, lanceoladas, de cor verde-escuro e brilhantes na página superior e ligeiramente pubescentes e esbranquiçadas na face inferior.
Esta espécie floresce entre julho e outubro. As flores surgem dispostas em inflorescências densas, em forma de espigas eretas. São intensamente perfumadas, amarelas e possuem um estame vermelho. Os frutos são cápsulas globosas, que contém numerosas sementes, pequenas, avermelhadas, envolvidas por um arilo.
A conteira tem um crescimento rápido, estabelecendo áreas densas e impenetráveis que impedem o desenvolvimento da vegetação nativa, integrando por isso a Lista Nacional de Espécies Invasoras (anexo II do Decreto-Lei nº 92/2019, de 10 julho). Esta espécie é particularmente problemática nas regiões da Beira Litoral e Estremadura, mas também na ilha da Madeira e no arquipélago dos Açores.
Aqui está uma conteira que a leitora Susana Martinho nos enviou, observada nos Açores em Agosto de 2021.
Pode gostar de saber que temos Fichas de Campo Wilder sobre estas espécies:
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