O leitor José Pereira encontrou esta cobra na praia de São Paio de Antas, Esposende, a 23 de Julho e pediu para saber a espécie. Luís Ceríaco responde.
“Encontrei este exemplar nas dunas da praia de São Paio de Antas, Esposende. Ela estava a ser devorada por outra de tamanho maior, que não me deu tempo de fotografar e que, quando me viu, regurgitou e fugiu muito rapidamente. Esta ficou uns 15 a 20 minutos assim e foi recuperando a respiração e acabou por fugir também. A minha dúvida, já que frequento quase diariamente este local, é se é uma espécie perigosa e se a outra também o pode ser”, escreveu o leitor à Wilder.
Trata-se de uma cobra rateira (Malpolon monspessulanus).
Espécie identificada por: Luís Ceríaco, especialista em répteis e investigador do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto.
As cobras-rateiras são esverdeadas, com tons castanhos ou cinzas. São animais diurnos e surgem “em qualquer tipo de habitat, desde que possua vegetação e esconderijos”, segundo o guia Anfíbios e Répteis de Portugal (2017).
Tal como o nome comum indica, estas cobras quando são já adultas alimentam-se de ratos e de outros pequenos roedores, lagartixas, crias de aves e também outras cobras, entre outras presas. Quando são ainda juvenis, preferem comer insectos.
Os juvenis são perfeitamente inofensivos para o ser humano. Mas quando atingem tamanhos de adulto podem infligir dentadas dolorosas e com algum veneno que, embora não seja fatal, pode provocar alguns inchaços e mau estar.
Agora é a sua vez.
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