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Que espécie é esta: cobra-de-ferradura

21.09.2021

O leitor Rui Cinta fotografou esta cobra em Mem Martins a 31 de Julho e pediu ajuda na identificação da espécie. O investigador Luís Ceríaco responde.

“No dia 31 Julho de 2021, no quintal, estava esta cobra. Um amigo meu dos escuteiros disse-me que seria uma cobra-rateira”, escreveu o leitor à Wilder.

 

Trata-se de uma cobra-de-ferradura (Hemorrhois hippocrepis).

Espécie identificada por: Luís Ceríaco, especialista em répteis e investigador do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto.

É uma espécie bastante comum em Portugal. “As cobras-de-ferradura têm bastante mau feitio mas são completamente inofensivas e inócuas para o ser humano!”, garante Luís Ceríaco.

É uma cobra que está activa da Primavera ao Outono. “Aparece em diversos habitats, desde que quentes e pedregosos, chegando a viver nos jardins das cidades”, segundo o guia Anfíbios e Répteis de Portugal (2017). Alimenta-se principalmente de répteis, aves e micromamíferos.

Segundo o Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal (2010), podemos ver esta espécie praticamente em todo o país, menos no Minho, norte de Trás-os-Montes e partes da Beira Litoral. Ocorre também nos arredores da Grande Lisboa, “persistindo facilmente em zonas com forte presença humana”.

Esta espécie não é considerada ameaçada mas algumas populações mais isoladas podem enfrentar problemas. As maiores ameaças à cobra-de-ferradura são a perseguição humana e a morte por atropelamento.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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