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Foto: Núria Freixo

Que espécie é esta: cobra-de-escada

06.10.2020

A leitora Núria Freixo fotografou uma cobra em Viana do Castelo e pediu ajuda para identificar. Luís Ceríaco responde.

A cobra em questão foi fotografada a 22 de Setembro, num quintal de Viana do Castelo. “Trata-se de uma cobra rateira? Significa que tenho mais no quintal ou outros animais?”, questionou a leitora, na mensagem enviada à Wilder.

A espécie que Núria Freixo observou é na verdade uma cobra-de-escada (Zamenis scalaris).

Foto: Núria Freixo

Espécie identificada por: Luís Ceríaco, especialista em répteis e investigador do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto.

As cobras desta espécie podem chegar aos 160 centímetros de comprimento, como explica o guia  “Anfíbios e Répteis de Portugal”. Podem encontrar-se em Portugal e Espanha e ainda nalgumas regiões de Itália e França, sendo mais fáceis de observar entre Abril e Outubro.

Alimentam-se normalmente de roedores, em especial de ratos, mas também podem caçar pequenos coelhos, aves e lagartixas.

De acordo com o Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal, esta é a segunda serpente com maior área de distribuição no nosso país, apenas ultrapassada pela cobra-rateira. Encontra-se bem distribuída por todo o território continental, especialmente até aos 800 metros de altitude. 

Gosta de azinhais ou sobreirais abertos. Sobretudo em paisagens agrícolas, procura a vegetação junto aos rios e as orlas e muros que dividem os campos de cultivo. 

Estas cobras são muitas vezes vítima de atropelamentos, por procurarem o calor retido no asfalto das estradas para se aquecerem durante a noite, e enfrentam a destruição do seu habitat.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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