Beatriz Mourão, de sete anos, encontrou esta cobra a 1 de Abril em Palmela e pediu ajuda na identificação da espécie. Diogo Parrinha responde.
“O meu nome é Beatriz Mourão, tenho sete anos. Gosto muito de descobrir as espécies que existem junto à minha casa em Palmela. Já encontrei um bicho-pau, muitas aranhas lobo, joaninhas de sete pintas, diferentes tipos de abelhas e brinco muito com os escaravelhos do género Pimelia. No outro dia encontrámos uma cobra no meio da estrada e esperámos para ela atravessar. Não consigo identificá-la, podem ajudar-me? Obrigado pelo vosso trabalho, gosto muito de vos acompanhar”, escreveu à Wilder.
Trata-se de uma cobra-de-escada (Zamenis scalaris).
Espécie identificada por: Diogo Parrinha, herpetólogo e aluno de doutoramento do BIOPOLIS/CIBIO.
“Esta é uma cobra-de-escada (Zamenis scalaris) adulta”, respondeu Diogo Parrinha.
As cobras desta espécie podem chegar aos 160 centímetros de comprimento, como explica o guia “Anfíbios e Répteis de Portugal”. Podem encontrar-se em Portugal e Espanha e ainda nalgumas regiões de Itália e França, sendo mais fáceis de observar entre Abril e Outubro.
Alimentam-se normalmente de roedores, em especial de ratos, mas também podem caçar pequenos coelhos, aves e lagartixas.
De acordo com o Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal, esta é a segunda serpente com maior área de distribuição no nosso país, apenas ultrapassada pela cobra-rateira. Encontra-se bem distribuída por todo o território continental, especialmente até aos 800 metros de altitude.
Gosta de azinhais ou sobreirais abertos. Sobretudo em paisagens agrícolas, procura a vegetação junto aos rios e as orlas e muros que dividem os campos de cultivo.
Estas cobras são muitas vezes vítima de atropelamentos, por procurarem o calor retido no asfalto das estradas para se aquecerem durante a noite, e enfrentam a destruição do seu habitat.
Agora é a sua vez.
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