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Que espécie é esta: cobra-de-água-de-colar-mediterrânica

13.10.2020

O leitor João Morais fotografou esta cobra a 4 de Junho de 2019 na zona de Vila do Conde, e pediu ajuda na identificação da espécie. O investigador Luís Ceríaco responde.

Trata-se de uma cobra-de-água-de-colar-mediterrânica (Natrix astreptophora).

Espécie identificada por: Luís Ceríaco, especialista em répteis e investigador do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto.

Em muitas regiões da Europa, a cobra-de-água-de-colar (Natrix natrix) é a espécie de cobra mais comum. Mas a taxonomia das cobras-de-água ainda está relativamente pouco estudada.

Há alguns anos, foi feita uma descoberta entusiasmante. “Até há pouco tempo, esta era considerada uma subespécie da cobra-de-água-de-colar (Natrix natrix), mas estudos recentes demonstraram que a população ibérica é diferente e tem estatuto de espécie”, explicou Luís Ceríaco. Foi, então, reconhecida como cobra-de-água-de-colar-mediterrânica (Natrix astreptophora).

Esta cobra é uma boa nadadora.

Pode ultrapassar os 150 centímetros de comprimento total, sendo as fêmeas habitualmente maiores que os machos, segundo o Museu Virtual da Biodiversidade da Universidade de Évora.

“A coloração dorsal é variável, variando entre o verde-oliváceo, o acinzentado, o acastanhado ou mesmo o pardo; exibe um padrão de pequenas manchas negras irregulares, espalhadas ao longo do corpo.”

Os juvenis “exibem duas manchas no pescoço que formam um colar amarelado e orlado de negro, sendo esta a característica responsável pelo seu nome vulgar. Esse colar desaparece à medida que o indivíduo cresce”.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. No caso de plantas, deve enviar fotos de pormenor das folhas, frutos e flores (se houver), se possível também tiradas contra o céu. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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