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Que espécie é esta: centopeia-comum

06.10.2022

A leitora Alice Rodrigues fotografou este animal em Sagres em Janeiro e quis saber qual a espécie a que pertence. Rui Andrade responde.

“Olá Wilder. Sou a Alice Rodrigues e tenho 11 anos. Queria perguntar-vos que espécie é esta. Este inseto foi observado em Sagres, no início de Janeiro de 2022”, escreveu a leitora à Wilder.

Tratar-se-á de uma centopeia-comum (Scutigera coleoptrata).

Espécie identificada e texto por: Rui Andrade, dinamizador do grupo Diptera em Portugal no Facebook.

É uma centopeia que pertence, provavelmente, à espécie Scutigera coleoptrata. No sul de Espanha são conhecidas mais duas espécies muito semelhantes, Scutigera tonsoris e Tachythereua hispanica, que nunca foram detectadas em Portugal.

As centopeias não são insectos mas sim quilópodes (classe Chilopoda). Ao contrário dos insectos que têm seis patas, os quilópodes podem ter entre 30 e 382 patas na fase adulta, dependendo da espécie, embora raramente cheguem às centenas. No caso de Scutigera coleoptrata, o número máximo de patas é 30.

A Scutigera coleoptrata tem hábitos essencialmente nocturnos, período durante o qual captura outros invertebrados dos quais se alimenta. É uma espécie que pode ser encontrada com frequência no interior de casas, mas a sua picada, apesar de potencialmente dolorosa, não tem consequências mais sérias.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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