A leitora Mónica Saraiva quis saber a que espécie pertencem os estranhos pepinos fotografados no quintal, em Setembro. O investigador Filipe Covelo responde.
“Comprei uma casa recentemente, com um pouco de terreno no quintal, onde o proprietário anterior tinha uma hortinha”, explica Mónica Saraiva, na mensagem enviada à Wilder. “No meio de outras coisas nasceu há cerca de um mês uma trepadeira, que inicialmente pensei ser uma vinha, mas depois pesquisando na Net pelas flores, cheguei à conclusão de ser pepino.”
E acrescenta: “Acontece que é um “pepino” muito estranho, fica enorme e com um formato bojudo tipo beringela, de consistência muito mole, tem muito poucas sementes e um sabor adocicado.” Mónica Saraiva pede também para saber se é comestível.
Trata-se de uma planta da espécie Luffa aegyptiaca, conhecida como bucha ou lufa.
Espécie identificada e texto por: Filipe Covelo, colaborador do Jardim Botânico e do Herbário da Universidade de Coimbra (UC), no âmbito do projecto PRISC (Portuguese Research Infrastructure of Scientific Collections). O Jardim Botânico da UC tem a decorrer um projecto de consultas botânicas para o qual pode enviar as perguntas e dúvidas que tiver sobre plantas ([email protected]).
Esta planta pertence à família das Cucurbitaceae.
É uma espécie que foi muito cultivada pelas fibras do fruto após este secar, pois estas eram usadas como esponja para os banhos. Os frutos jovens podem ser usados em sopas ou saladas.
Apesar de ter como restritivo especifico “aegyptiaca”, que pode levar a pensar que é nativa do Egipto, acredita-se que seja nativa da Índia e do Paquistão. Quando a espécie foi descrita, era conhecida na Europa como “pepino do Egipto”, e por isso o autor da descrição atribuiu-lhe esse nome.
Agora é a sua vez.
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