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Que espécie é esta: bordo

07.10.2022

A leitora Telma Silva fotografou esta árvore em Agosto no Porto e pediu para saber a que espécie pertence. Carine Azevedo responde.

“Recolhi estas imagens no jardim colocado anexo ao edifício onde trabalho. É uma árvore que morreu e depois de cair foi cortada. Entretanto, do que sobrou, nasceu esta planta (branca)… Sabem-me elucidar de que planta se trata?”, perguntou a leitora à Wilder.

Trata-se de um bordo (Acer negundo).

Espécie identificada e texto por: Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

O que se vê a crescer são ramos “ladrões” da própria árvore, que se trata de um bordo (Acer negundo). 

Apesar de a árvore ter sido derrubada, algumas das suas raízes ainda estão fixas ao solo e a alimentar o que resta do cepo, conseguindo transportar seiva e permitir o desenvolvimento de folhas que, na ausência de clorofila, apresentam-se descoloradas. 

Não é uma situação muito comum, mas as espécies que habitualmente desenvolvem rebentos ladrões ou lançamentos de toiça, podem reagir e tentar superar-se à condição em que se encontram. Se o sistema radicular e o que resta da parte aérea apresentarem alguma vitalidade, é natural que voltem a desenvolver novos ramos.

No caso particular do bordo e noutras espécies, mesmo em árvores que se encontram de pé, é comum verificar que quando a disponibilidade de luz não permite a realização da fotossíntese, estes rebentos “ladrões” se desenvolvem sem coloração.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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