A leitora Telma Silva fotografou esta árvore em Agosto no Porto e pediu para saber a que espécie pertence. Carine Azevedo responde.
“Recolhi estas imagens no jardim colocado anexo ao edifício onde trabalho. É uma árvore que morreu e depois de cair foi cortada. Entretanto, do que sobrou, nasceu esta planta (branca)… Sabem-me elucidar de que planta se trata?”, perguntou a leitora à Wilder.
Trata-se de um bordo (Acer negundo).
Espécie identificada e texto por: Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.
O que se vê a crescer são ramos “ladrões” da própria árvore, que se trata de um bordo (Acer negundo).
Apesar de a árvore ter sido derrubada, algumas das suas raízes ainda estão fixas ao solo e a alimentar o que resta do cepo, conseguindo transportar seiva e permitir o desenvolvimento de folhas que, na ausência de clorofila, apresentam-se descoloradas.
Não é uma situação muito comum, mas as espécies que habitualmente desenvolvem rebentos ladrões ou lançamentos de toiça, podem reagir e tentar superar-se à condição em que se encontram. Se o sistema radicular e o que resta da parte aérea apresentarem alguma vitalidade, é natural que voltem a desenvolver novos ramos.
No caso particular do bordo e noutras espécies, mesmo em árvores que se encontram de pé, é comum verificar que quando a disponibilidade de luz não permite a realização da fotossíntese, estes rebentos “ladrões” se desenvolvem sem coloração.
Agora é a sua vez.
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