A leitora Ana Batista e os filhos encontraram um “bichinho estranho” numa aldeia da Serra da Lousã, em Julho de 2018, e pediram ajuda para o identificar. Albano Soares responde.
“Encontrámo-lo a caminhar no alcatrão, durante uma das nossas caminhadas pela serra. Deve ter caído”, descreveu Ana Batista, numa mensagem enviada à Wilder. Depois de o terem estudado por algum tempo, Ana e os filhos devolveram este insecto à natureza no mesmo local onde tinha sido encontrado.
Trata-se da lagarta de uma família de borboletas nocturnas, as Psychidae.
Família identificada por: Albano Soares, Rede de Estações da Biodiversidade, Tagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.
“As lagartas das borboletas desta estranha família tecem um casulo para se protegerem, que vai aumentando à medida que mudam de pele”, explicou o investigador.
Por outro lado, “numa grande parte dos géneros desta família, os adultos nunca se alimentam”. Ou seja, estas borboletas vivem como adultos apenas o tempo suficiente para se reproduzirem.
De acordo com Albano Soares, enquanto as fêmeas ficam sempre com a aparência de lagartas, os machos são os únicos que voam nesta família de borboletas. Esta característica das fêmeas, de atingirem a maturidade sexual mantendo ainda a aparência de lagartas, é conhecida por neotenia.
As Psychidae, conhecidas em inglês por ‘bagworms’ (‘bichos-de-saco’), podem encontrar-se por todo o mundo. Como as fêmeas na maior parte dos casos não têm asas, a identificação das espécies torna-se mais difícil.
Os casulos são muitas vezes construídos com seda e material proveniente do habitat onde as lagartas se encontram, pelo que ficam naturalmente camuflados.
[divider type=”thin”]Agora é a sua vez
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