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Que espécie é esta: aranha-lobo-radiada

15.12.2020

O leitor Paulo Nobre fotografou estas aranhas perto de Sines em Março de 2017 e quis saber a que espécie pertencem. Sérgio Henriques responde.

Tratam-se da espécie aranha-lobo-radiada (Hogna radiata).

Espécie identificada e texto por: Sérgio Henriques, líder do grupo de especialistas em aranhas e escorpiões da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e especialista da Sociedade Zoológica de Londres.

As fotos são de um casal de Hogna radiata. O macho é mais pequeno e elegante, seguido de uma fêmea bem maior e mais imponente.

Esta é uma espécie bem nativa de aranha-lobo. Ocorre no Sul da Europa, Norte de África e Ásia Central.

Caça pequenos insectos e pode viver em florestas, parques e zonas de vegetação.

Na época de acasalamento os machos dançam para a atrair as fêmeas e estas saem para os ver dançar e escolher o seu futuro parceiro. 

São algumas das maiores espécies da nossa fauna e são, na realidade, as “tarântulas originais” (juntamente com as Lycosa), parte da cultura mediterrânica que originou a tarantela e a expressão de ficar atarantado.

A sua mordedura é na realidade incrivelmente rara e sem grande impacto no ser humano.

Mas durante muito tempo foi parte da tradição de comunidades rurais e acreditava-se que, mesmo sem haver mordedura ou se ver nenhuma aranha, estas podiam possuir as pessoas que teriam de dançar durante horas ou dias para se curarem da posseção.

São animais tímidos de hábitos nocturnos, que fogem assim que sentem a presença de um ser humano. 


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.


Já que está aqui…

Apoie o projecto de jornalismo de natureza da Wilder com o calendário para 2021 dedicado às aves selvagens dos nossos jardins.

Com a ajuda das ilustrações de Marco Nunes Correia, poderá identificar as aves mais comuns nos jardins portugueses. O calendário Wilder de 2021 tem assinalados os dias mais importantes para a natureza e biodiversidade, em Portugal e no mundo. É impresso na vila da Benedita, no centro do país, em papel reciclado.

Marco Nunes Correia é ilustrador científico, especializado no desenho de aves. Tem em mãos dois guias de aves selvagens e é professor de desenho e ilustração.

O calendário pode ser encomendado aqui.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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