São mais de 300 as actividades para celebrar a Semana sobre Espécies Invasoras, que está de volta de 4 a 12 de Maio. O objectivo é ficar a saber mais sobre esta ameaça e como ajudar a prevenir e a controlar estas espécies.
“As espécies exóticas invasoras são umas das principais ameaças à conservação da biodiversidade do planeta, além de causarem alarmantes impactes económicos na saúde humana. Apesar disso, tanto as espécies invasoras como os seus impactes e medidas de prevenção continuam a ser pouco conhecidas”, escrevem os organizadores em comunicado.
De 4 a 12 de Maio decorrem um pouco por todo o país, e também em Espanha, mais de 300 actividades nesta que é a 4ª edição do evento.
Em Portugal, a Semana sobre Espécies Invasoras é promovida pela Rede InvECO – Rede Portuguesa de Estudo e Gestão de Espécies Invasoras, associada à Sociedade Portuguesa de Ecologia (SPECO), e pela Plataforma INVASORAS.PT, que inclui investigadores do Centre for Functional Ecology do Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Coimbra e do Centro de Recursos Naturais, Ambiente e Sociedade da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Coimbra.
Mas o evento conta ainda com os projetos LIFE STOP Cortaderia e LIFE INVASAQUA e o Grupo Especialista em Invasiones Biólogicas (GEIB), que coordenam a organização em Espanha, e com a colaboração de mais de 180 entidades de ambos os países.
Os eventos acontecem em muitas localidades dos dois países e através de eventos “online”.
A iniciativa conta com mais de 180 entidades inscritas que organizam mais de 300 atividades. Estão programadas, por exemplo, ações de controlo com voluntários, palestras de divulgação, percursos interpretativos, seminários online e campanhas nas redes sociais. As várias atividades estão disponíveis numa plataforma online – em português e espanhol – onde o registro de novas atividades continua aberto: https://www.speco.pt/inveco/sei
Entre as entidades participantes destacam-se municípios, centros de investigação, ONGA, universidades e institutos politécnicos, projetos europeus, empresas, centros educativos, museus e várias outras entidades de âmbito público e privado.
As espécies exóticas invasoras são uma das principais causas de perda de biodiversidade a nível global, sendo as outras a destruição direta de habitats, a contaminação e a sobre-exploração de recursos.
“A introdução destas espécies, de forma intencional ou não, está diretamente ligada às atividades humanas. Uma das principais vias de introdução é o transporte de mercadorias por terra e mar de um extremo ao outro do planeta, como ocorre com o mexilhão-zebra; ou por interesse recreativo, como ocorre com a caça e a pesca, como é o caso do siluro; ou ornamental, como é o caso de muitas plantas utilizadas em jardinagem, como a erva-das-Pampas.”
Os organizadores sublinham que “as espécies invasoras, no entanto, não afetam apenas a natureza, mas promovem impactes económicos derivados da sua gestão, assim como perda de rendimentos, por exemplo, a vespa-asiática que diminui a produção de mel, o mexilhão-zebra que afeta as infraestruturas hidráulicas, o jacinto-de-água que diminui a utilização de água ou as acácias que surgem frequentemente nas áreas de produção florestal”.
Também há que ter em conta os impactes na saúde humana, devido à transmissão de doenças, como no caso do mosquito tigre, ou da alergia que algumas espécies produzem, como o pólen das ervas-das-Pampas ou das acácias e mimosas.
A sinergia entre entidades portuguesas e espanholas na organização deste tipo de evento de grande alcance é essencial para envolver o maior número e diversidade possível de participantes e entidades. Só assim será possível desenvolver a consciência coletiva de que todos somos responsáveis pela prevenção e mitigação dos impactes promovidos pelas invasões biológicas.
A Rede InvECO – Rede Portuguesa de Estudo e Gestão de Espécies Invasoras é uma Rede recente, fundada no final de 2020, associada à SPECO, que pretende reunir numa mesma plataforma investigadores e outros atores da sociedade que lidem com espécies exóticas e invasoras (e.g., autarquias; associações florestais, de ambiente, e outras; empresas e proprietários privados; ONGA, comunidades escolares; agências governamentais de conservação e ambiente; comunicação social; etc.), promovendo a partilha de conhecimentos e experiências, de forma a conjugar esforços e interesses rumo a uma melhor gestão integrada das espécies exóticas invasoras a nível nacional.
A Plataforma INVASORAS.PT é um laboratório de investigação que inclui investigadores principalmente do Centre for Functional Ecology do Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Coimbra e do Centro de Recursos Naturais, Ambiente e Sociedade da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Coimbra e existe desde 2013. Tem como objetivo alertar para o problema das invasões biológicas, dar a conhecer as plantas invasoras a nível nacional e estimular a participação ativa do público no mapeamento destas espécies e em atividades de controlo e divulgação. Esta Plataforma organizou , em 2020, a nível nacional a primeira semana dedicada ao tema.