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Para fazer: ser voluntário de vigilância de incêndios com a Rewilding Portugal

17.04.2023
Foto: Joana Bourgard

A Rewilding Portugal abriu um programa de voluntariado de vigilância de incêndios numa das suas áreas no concelho de Pinhel, 19 de Junho e 18 de Setembro. Saiba como participar.

O grande objectivo é “vigiar ativamente a paisagem, de modo a desincentivar fogo posto e detetar focos de incêndio numa fase inicial, onde são mais fáceis de controlar e conter”, explica a Rewilding Portugal num comunicado enviado hoje à Wilder.

O programa de voluntariado acontece numa nova área de rewilding, mais concretamente, o Ermo das Águias, em Vale de Madeira, no concelho de Pinhel. Esta zona “alberga pequenas populações de cavalos e tauros em regime semisselvagem, escarpas com vista para o rio Côa onde uma população de grifos nidifica e é território da águia-real e de muitas outras espécies de belas aves”. 

Os candidatos podem candidatar-se a uma ou mais semanas, de segunda-feira a domingo, no período de 19 de Junho e 18 de Setembro. A idade mínima para participação são 18 anos e quem se candidatar deve estar em boa forma física.

Para “impedir incêndios nesta nova área rewilding”, o programa de voluntariado consiste em quatro horas de vigilância activa de incêndios por dia, por norma ao final do dia, sendo o resto do tempo livre.

Este programa de vigilância de incêndios, no âmbito do projeto LIFE ENPLC –  The European Networks for Private Land Conservation, não é remunerado, acontece em regime de voluntariado. Mas a Rewilding Portugal oferece a todos os voluntários dormida no Centro Rewilding e um cesto de alimentação básica por semana por pessoa. Serão ainda disponibilizadas bicicletas aos vigilantes selecionados.

“Os incêndios rurais frequentes são uma ameaça à conservação e restauro da natureza, reiniciam a sucessão florestal a cada incêndio e mantêm uma paisagem de rochas e calhaus simplificada, impedindo a fixação de carbono, criando erosão nos solos e destruindo habitats”, explicou a organização.

“A melhor maneira de prevenção é restaurar os ecossistemas, através de grandes herbívoros, de modo a diminuir a carga de biomassa na paisagem e vigiar ativamente a paisagem, de modo a desincentivar fogo posto e detetar focos de incêndio numa fase inicial, onde são mais fáceis de controlar e conter.”

As inscrições devem ser feitas através deste formulário.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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