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Caderno de campo de Rita Cortez

Para fazer: aprender a desenhar plantas no Jardim da Estrela

07.01.2025

Para quem gosta de natureza, mais concretamente de plantas, e/ou de desenhar, a actividade gratuita “Desenhar as Plantas do Jardim” será um óptimo programa para o sábado dia 25 de Janeiro. A Wilder falou com a ilustradora Rita Cortez, responsável por esta iniciativa que acontece na Casa do Jardim da Estrela, Lisboa.

O mote está dado: desenhar as plantas do Jardim da Estrela em Lisboa. A ilustradora Rita Cortez lá estará para ajudar.

Este workshop foi feito a pensar em “todas as pessoas a partir dos 6 anos. A complexidade das propostas é adaptada à faixa etária e interesses de cada um”, explicou Rita Cortez. Não são precisas características especiais para começar a desenhar plantas. “Acredito que todas as pessoas são capazes de o fazer, desde que o queiram, com a motivação adequada e através de exercícios simples.”

Caderno de campo de Rita Cortez

O objectivo da actividade é “levar as pessoas a observar, com outros olhos, as plantas que as rodeiam através do desenho de campo”.

E não é preciso levar nada. “O material é fornecido por mim. Se quiserem levar o seu próprio caderno de campo, em vez de montarem/construírem o seu próprio, não há problema.”

Segundo esta ilustradora, que em 2018 ganhou os prémios Illustraciencia na Categoria Científica, “o desenho de natureza é um bom ponto de partida para ‘mergulhar’ no meio que nos rodeia, observando, fazendo perguntas, experimentando diferentes materiais e técnicas”. Contou ainda que “um bom desenho de natureza é aquele que leva a pessoa a abstrair-se do tempo, quase como uma meditação, independente do resultado final que fica registado no papel. Através do desenho de natureza as pessoas ganham uma nova sensibilidade.”

Rita Cortez desenha a natureza “a sério” desde 2016. “Comecei a canalizar a minha compulsão para o desenho, que até então estava mais canalizada para o urban sketching, com as aulas de Desenho Científico e de Campo do professor Pedro Salgado”, contou.

“Uma das minhas preocupações, desde sempre, é aquilo (que até já tem o nome científico), chamado ‘Cegueira Vegetal’. Uso o desenho como meio de desenvolver a observação sabendo que a percepção e o conhecimento são indissociáveis. O desenho enquanto modo de registo, construção e documentação do conhecimento, neste caso, focado na botânica.” 

Caderno de campo de Rita Cortez

“Sempre que os participantes, no final de cada workshop, passam a olhar a natureza que os rodeia de maneira diferente sinto que cumpri o meu objectivo.”

As inscrições, gratuitas mas obrigatórias (para o email [email protected]), estão abertas até 24 de Janeiro e estão limitadas a 20 pessoas. O workshop vai decorrer na renovada Casa do Jardim da Estrela e no próprio jardim.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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