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EBIO da praia da Amoreira

Observar orquídeas e borboletas numa praia do Algarve

10.04.2017

Nesta série “Passeios de Natureza”, na Wilder, descubra agora este percurso na Praia da Amoreira, em Aljezur (Algarve), pensado para que tire o máximo proveito do mundo natural. Esta é a primeira das três sugestões de Patrícia Garcia-Pereira, coordenadora da rede Estações da Biodiversidade, para esta Primavera.

 

A Estação da Biodiversidade (EBIO) Praia da Amoreira, em Aljezur, é uma das sete EBIO que existem no Algarve. E é uma das melhores para visitar durante a Primavera, por causa da diversidade de insetos e plantas. Além de observar, pode registar as espécies de fauna e flora que encontrar.

Neste percurso “estão agora no máximo de floração uma enorme diversidade de plantas”, conta Patrícia Garcia-Pereira, investigadora do Centro para a Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (Ce3C) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. “Ao longo do caminho somos surpreendidos pela variedade de cores e cheiros de espécies típicas das arribas e dunas consolidadas. Além das plantas vivem ali as comunidades de insetos característicos destes habitats.”

Aqui ficam quatro espécies de plantas e quatro espécies de insectos que não pode perder neste percurso.

 

Craveiro-das-areias (Armeria pungens), espécie característica das areias e dunas do litoral da costa a sul do Tejo.

Armeria pungens, EBIO Praia da Amoreira. Foto: Rui Félix

 

 

Tojo-chamusco (Stauracanthus spectabilis): as flores amarelas deste arbusto atraem insetos polinizadores, especialmente abelhas e moscas das flores.

 

Stauracanthus spectabilis vicentinos, EBIO Praia da Amoreira. Foto: Patricia Garcia Pereira

 

Tomilho (Thymus camphoratus): espécie endémica de Portugal Continental e protegida por lei. Como o nome científico indica, este tomilho tem um forme odor a cânfora.

Thymus camphoratus, EBIO Praia da Amoreira. Foto: Rui Félix

 

Orquídea-vespa (Ophrys tenthredinifera): no final da EBIO, na entrada para o pinhal, pode procurar esta orquídea vistosa nas áreas mais abertas.

 

Ophrys tenthredinifera, EBIO Praia da Amoreira. Foto: Rui Félix

 

Gafanhoto-da-cabeça-cónica (Pyrgomorpha conica): espécie comum em toda a região mediterrânica. Pode também ter uma coloração verde.

Pyrgomorpha conica EBIO Praia Amoreira. Foto: Rui Félix

 

Borboleta Semiargus das dunas (Cyaniris semiargus tartessus): a população da Praia da Amoreira corresponde a uma subespécie endémica do sul da Península Ibérica. As posturas são feitas no craveiro-das-praias, que servem de alimento às suas lagartas.

Cyaniris semiargus, EBIO Praia da Amoreira. Foto: Albano Soares

 

Borboleta Beleima (Euchloe beleima): borboleta característica do Sul da Europa. Difícil de fotografar pelo seu voo irrequieto.

Euchloe beleima, EBIO Praia da Amoreira. Foto: Albano Soares

 

Borboleta Zygaena-cinzenta (Zygaena rhadamanthus guichardi): esta subespécie só existe nas dunas do Sul de Portugal. São características as marcas largas vermelhas nas asas, rodeadas em cima e em baixo por uma banda preta.

Zygaena rhadamanthus, EBIO Praia da Amoreira. Foto: Albano Soares

 

 

[divider type=”thick”]Série “Passeios de Primavera”:

Nesta Primavera, com a ajuda de especialistas no mundo natural, a Wilder vai sugerir-lhe alguns dos melhores passeios para ver de perto o que está a acontecer na natureza.

Para começar, conheça as flores da Serra de Montejunto e das Serras de Aire e Candeeiros.

Veja as garças-vermelhas do Baixo Vouga.

Se tiver sugestões, pode enviar-nos texto e imagens para [email protected].

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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