Banner

ramos-de-um-arbusto-verde-com-pequenas-flores-rosa
Flores da camarinha, arbusto que vai ser dado a conhecer durante o bioblitz

Novo bioblitz vai convidar à descoberta da natureza de Tróia

21.06.2017

O convite estende-se a todos os interessados, já este fim-de-semana. Quem quiser pode juntar-se a uma equipa de investigadores e tornar-se cientista por um dia e meio, para ajudar a identificar os animais e plantas de Tróia e do Estuário do Sado. A Wilder falou com os organizadores e diz-lhe como vai ser.

 

Há quase 20 anos que cientistas do MARE – Centro de Ciências do Mar e Ambiente, do pólo da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, fazem trabalhos de monitorização em Tróia.

Foi com base nesse conhecimento acumulado que a ideia surgiu: “Pensámos que este seria o local ideal para a realização de um bioblitz”, explica Adelaide Ferreira, da equipa de investigadores.

 

ramos-de-um-arbusto-verde-com-pequenas-flores-rosa
Flores da camarinha, arbusto que ocorre em Tróia

 

O programa está organizado de forma simples. Ao longo do dia de sábado e da manhã de domingo (dias 24 e 25 de Junho), vão realizar-se “várias visitas independentes para inventariação de grupos de biodiversidade terrestre” – tudo com o apoio de biólogos e a participação de cidadãos comuns.

Ponto de encontro: Jardim do Norte, ao pé da Marina de Tróia.

Flora, insectos, répteis, aves e mamíferos, incluindo morcegos, são o alvo destas saídas de campo, mas não só. “Vamos também olhar de forma dedicada para a zona entre-marés, onde poderemos encontrar grande diversidade de espécies estuarinas e marinhas”, adianta a investigadora.

 

um-molusco-transparente-e-com-manchas-vermelhas-está-por-cima-da-areia-na-zona-entre-marés
Um nudibrânquio, parte do grupo de moluscos marinhos que se podem avistar na zona entre-marés

 

É desta forma que começa o dia de sábado, pelas 9h00, com uma saída de campo para observar os habitantes da zona entre-marés, na praia. À mesma hora, um outro grupo vai partir à procura de aves.

Depois de várias actividades ao longo do dia, ainda no sábado, às 21h00 está programada uma nova visita à zona entre-marés, desta vez nocturna. Ao mesmo tempo, saem outras equipas em busca de aves nocturnas e de morcegos.

Aliás, quem for em busca destes últimos, aponta Adelaide Ferreira, pode ser que identifique o morcego-rabudo. É que essa é uma das espécies residentes ali na zona, que os biólogos esperam encontrar.

 

um-pequeno-morcego-espreita-dentro-de-uma-fenda-com-uma-minúscula-garra-à-mostra

 

Outros exemplos?  “Andorinhões, cavalos-marinhos, espécies raras e interessantes de flora”, enumera Adelaide Ferreira.

Os dados sobre as espécies encontradas vão ser divulgados no domingo ao final da manhã, pelas 12h30, para quem estiver no local. A informação vai estar também disponível em tempo real na plataforma BioDiversity4All, um dos parceiros do projecto.

Os resultados desta iniciativa vão também servir para “ajudar a divulgar a diversidade de ambientes e espécies existentes em Tróia, como forma de sensibilizar aqueles que visitam a zona para a sua importância ambiental”, nota a bióloga.

 

[divider type=”thin”]

Saiba mais.

As inscrições são gratuitas mas obrigatórias. Consulte esta e outras informações, tal como o programa deste bioblitz, na agenda da Wilder.

[divider type=”thin”]

 

No Tróia Resort, parceiro do bioblitz e local onde se vai realizar esta iniciativa, já foram identificadas mais de 600 espécies, entre as quais:

– 233 espécies de flora

– 152 de aves

– 12 de mamíferos

– 11 de répteis

– 4 de anfíbios

– 207 de organismos que habitam a zona entre-marés

Encontre aqui mais informação sobre as espécies que poderá identificar durante o bioblitz deste fim-de-semana.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

Don't Miss