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Foto: Joana Bourgard

Já tem planos para hoje à noite? Os cientistas vão sair à rua

Noite Europeia dos Investigadores
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Em Lisboa, Braga, Coimbra e Évora, mas também em modo online, nesta sexta-feira não vão faltar oportunidades para descobrir como são e o que fazem os investigadores portugueses.

 

O que imagina quando pensa num cientista? Alguém de bata branca que passa horas e horas fechado a trabalhar com pipetas e poções num laboratório? Ou um génio que só tem olhos para as equações matemáticas e os mistérios do Universo?

Na verdade, haverá cientistas assim, mas a realidade é bem mais diversa, e é isso que a Noite Europeia dos Investigadores quer dar a conhecer nesta sexta-feira, com um programa online e eventos presenciais nas quatro cidades que aderiram este ano: Lisboa, Braga, Coimbra e Évora.

A edição de 2022, que se realiza por toda a Europa na mesma data, é dedicada ao tema “Ciência para Todos (SCIEVER) – Inclusão e Sustentabilidade”, e é financiada pela Comissão Europeia com o objectivo de aproximar investigadores e cidadãos.

No programa online estão previstas 27 actividades, incluindo mais de uma dezena dedicadas às ciências naturais e do ambiente. Entre as 16h00 e as 24h00, vai ser possível ouvir uma palestra sobre riscos globais e biodiversidade ou saber mais sobre os segredos que o solo encerra, mas também descobrir o Gabinete do Antropoceno e aprender sobre a investigação em células humanas.

Já em Lisboa, estão previstas três iniciativas em locais diferentes na cidade. A primeira é coordenada pelo Museu Nacional de História Natural e da Ciência e realiza-se no espaço do museu e também no Jardim Botânico de Lisboa e no Jardim do Príncipe Real, mesmo ali ao lado.

Para esta zona da cidade, estão previstas mais de uma centena de actividades das 17h00 às 24h00, das quais quase metade vão estar dedicadas às ciências naturais e ao ambiente. Está programado por exemplo um “Science Dating – Encontros às cegas com a ciência”, mas também é possível saber mais sobre a história de Lisboa nos últimos 100 milhões de anos ou freiras e outras aves marinhas do oceano profundo.

Já no Pavilhão do Conhecimento,  a ideia é juntar cientistas e público “dando a conhecer as paixões e os hobbies não-científicos de quem faz ciência no nosso país”. “Vamos ter momentos musicais, conversas e jogos, arte e ainda workshops de cozinha, lições sobre orquídeas e artes marciais”, explica a organização.

Das 18h00 às 24h00, além de algumas conversas, vários workshops e até uma “Jam Session Astronómica”, várias equipas de investigação vão estar a postos para dar a conhecer aos visitantes o que fazem através de demonstrações, actividades e experiências interactivas. E isto com os temas mais variados, incluindo “Quantos filhos tem uma sardinha?”, o “Jogo da Glória da economia circular” e “Toque nos nossos ancestrais”.

Por fim, no Centro Champalimaud, a partir das 15h, vai ser possível conhecer diferentes projectos científicos e também de sustentabilidade ambiental. Por exemplo, investigadores e activistas que se dedicam à conservação das pradarias marinhas do Sado, aos tubarões ou à nova espécie Plasticus maritimus.

Para esta sexta-feira estão ainda previstos vários Bioblitzs em Lisboa e Coimbra, em que especialistas em diferentes grupos, como plantas, répteis, morcegos e borboletas nocturnas vão ajudar quem estiver interessado a conhecer e a identificar essas espécies.

Braga, Coimbra e Évora

Já em Braga, estão programadas mais de 50 actividades, incluindo iniciativas online, que vão acontecer no Altice Forum Braga entre as 16h00 e as 24h00. Ali vão estar presentes equipas de investigadores que trabalham em centros de investigação locais (como aqueles que estão ligados à Universidade do Minho) para dar a conhecer, por exemplo, como é a Vida no extremo ou tudo sobre o funcionamento das plantas.

Quanto a Coimbra, do programa fazem parte mais de 60 acções organizadas realizadas na Baixa da cidade, incluindo quase duas dezenas dedicadas às ciências naturais e do ambiente – como por exemplo demonstrações sobre as plantas invasoras que temos à nossa porta e como é difícil dar por elas, ou o que são os bugalhos e o que escondem no seu interior.

Évora conta igualmente com cerca de 60 actividades que vão estar concentradas principalmente na Praça do Giraldo, mas também noutros pontos do centro histórico da cidade. Destas, mais de metade dedicam-se às Ciências Naturais e do Ambiente, incluindo passeios para conhecer os bichos que ocorrem na cidade e um “jogo do peixinho” que explica como é que a ciência e a tecnologia nos podem ajudar a conhecer melhor a vida dos peixes e a criar-lhes um melhor ambiente.

 

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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