Fique a conhecer as histórias de cada uma das 10 candidatas. A mais votada vai representar Portugal no concurso a nível europeu.
O objectivo deste concurso é “destacar a importância das árvores antigas na herança cultural e natural”, explica a UNAC – União da Floresta Mediterrânica, que organiza esta competição a nível nacional, e que adianta que “a Árvore Europeia do Ano não se foca apenas na beleza, no tamanho ou na idade da árvore, mas sim na sua história e relações com as pessoas”.
Este ano, na fase da competição a nível nacional, uma das árvores que participam no concurso português é a “Azinheira de Alportel”, no concelho algarvio de São Brás de Alportel, destacada pelo seu “notável porte”. “De idade multissecular – calcula-se que tenha 250 anos – ela tem uma relação íntima com a comunidade”, sendo “fonte de bolotas que as famílias comiam por tradição no Natal” e também “‘palco’ de inúmeros momentos de alegria”, relata a descrição desta árvore, no site da competição.
Na corrida, entra o “Castanheiro Gigante de Guilhafonso”, da aldeia de Guilhafonso, no concelho da Guarda. Acredita-se que esta “enorme árvore” tem 500 anos de idade. Para abarcar o seu grosso tronco que tem nove metros de perímetro são necessários “muitos braços, pelo menos nove para um bom abraço”. “Há 30 anos foi quase cortado por um madeireiro e há cerca de 20 foi atingido por um raio, sofrendo danos consideráveis.”
No total, há quatro oliveiras em competição – incluindo a “Oliveira dos Faraós”, de Mouriscas (Abrantes), a mais antiga das concorrentes, que tem uma respeitável idade estimada de 3358 anos. Já a “Oliveira de Casais de São Brás”, no concelho de Santarém, com 3000 anos, apresenta três troncos “vigorosos” e “completamente retorcidos”, “com inúmeras cavidades, que ramificam fazendo copa comum, ampla densa e muito frondosa”.
Em Pedras d’El Rei, Tavira, é possível encontrar a “Oliveira Real”, com 2226 anos. “Plantada no tempo dos romanos, é contemporânea de Jesus Cristo, alimentou e alumiou diversos povos que por aqui passaram, muitas foram as batalhas que testemunhou”, recorda a descrição online desta árvore que tem um “grande tronco retorcido”, com uma parte interior que é oca – uma característica pela qual as oliveiras são conhecidas.
Também no Algarve, em Lagoa, está uma árvore baptizada de “Oliveira Milenar”, com 2000 anos, que “assistiu com certeza às inúmeras disputas entre Lusitanos e Mouros por Silves, antiga capital do Algarve”. Hoje, “empresta a sua sombra a todos os que vêm às provas de vinho que acontecem diariamente no Morgado do Quintão”, uma propriedade de enoturismo.
Mais a norte, em Mangualde, encontra-se o “Plátano do Palácio Anadia”, localizado no centro desse palácio, que “pretendia receber e impactar quem chegava permitindo, igualmente, o descanso dos senhores da casa vindos da caça ou das senhoras que tomavam a fresca do jardim.” Conta hoje com 300 anos de história.
Ainda na região de Viseu, está outro concorrente: o “Eucalipto de Contige”, no concelho de Sátão, com um largo tronco de 11 metros de perímetro. “Considerada ‘a maior árvore classificada de Portugal’, pela Universidade de Aveiro, localizada à beira da antiga EN 229, a sua plantação remontará a 1878, quando se abriu a Estrada das Donárias.” O percurso da EN 229 foi desenhado de forma a manter-se esta árvore.
Já no distrito de Braga, em Calvos, no concelho de Póvoa do Lanhoso, pode-se ver o “Carvalho de Calvos”. Este carvalho-alvarinho com 30 metros de altura e 12 metros de perímetro de tronco é apresentado como “o mais antigo carvalho da Península Ibérica e um dos mais velhos da Europa”. “Conta mais de 500 anos a marcar sucessivas gerações de Povoenses que, desde sempre, procuram o deleite das suas sombras.”
Mais a sul, no concelho de Mafra, encontra-se o “Metrosídero ou árvore-de-fogo”, localizado na parte sul inferior do Jardim do Cerco. “Conforme descrições históricas, terá sido mandado plantar por D. Fernando II, proveniente das suas expedições marítimas. Serviu de cenário a inúmeras séries televisivas como Morangos com Açúcar, Jardins Proibidos, Madre Paula, e os mais diversos festivais.”
Até dia 5 de Janeiro, cada pessoa pode votar online em duas das dez árvores que estão a concurso. A árvore que arrecadar mais votos entra depois na edição europeia do concurso ‘European Tree of the Year’, que se vai realizar no primeiro trimestre de 2023 e envolverá 16 países. Em 2018, no primeiro ano de participação, Portugal arrecadou o primeiro lugar com o “Sobreiro Assobiador”.