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Cinco espécies para ver (e ouvir) no Paul de Tornada

15.01.2018

Nestes dias de Janeiro, a Reserva Natural Local do Paul de Tornada (Caldas da Rainha) é um excelente local para encontrar estas cinco espécies. Pode ainda dar de caras com um cágado ou com vestígios de ginetas.

 

Este é o som do Paul de Tornada numa tarde de Janeiro.

 

 

Os cantos e vocalizações de inúmeras espécies de aves – desde as mais pequenas, como as carriças, às aquáticas, como os galeirões, patos-reais ou caimões – acompanham-nos no percurso circular de quatro quilómetros.

É seguindo ao longo deste caminho, coberto por um tapete verde e fofo de ervas rasteiras e ao lado de salgueiros cobertos de líquenes, que podemos conhecer melhor a vida selvagem desta reserva natural.

 

 

Rouxinóis difíceis de ver ouvem-se claramente nas árvores e arbustos à nossa volta. Os seus cantos enchem de música os ramos das árvores ainda sem folhas.

As carriças já estão a demarcar os seus territórios, avisando os concorrentes que aquele lugar já lhes pertence.

 

 

Quando a tarde já vai longa, os corvos-marinhos começam a reunir-se nos salgueiros para ali passar a noite.

Um pouco depois, mais ao entardecer, chegam os bandos de estorninhos que se refugiam nos canaviais, eleitos como dormitórios.

 

 

Para quem visita o Paul de Tornada, os dois observatórios de aves construídos ao longo do percurso são paragem obrigatória.

Dali tem-se vista privilegiada para observar estas cinco espécies:

  • Camão (Porphyrio porphyrio): esta ave tímida distingue-se pela plumagem azul, bico vermelho e patas cor de laranja. Procure-a junto à água, entre os canaviais.

 

  • Galeirão (Fulica atra): é uma ave em tons de cinzento-escuro e bico branco.

 

  • Garça-real (Ardea cinerea): esta é uma garça grande, em tons de cinzento, branco e preto. O bico é amarelo.

 

  • Marrequinha (Anas crecca): pato pequeno, em tons de cinzento, com a cabeça castanha e com uma faixa verde na zona dos olhos.

 

  • Corvo-marinho-de-faces-brancas (Phalacrocorax carbo): ave em tons negros, com reflexos azulados ou esverdeados, com faces e garganta de tons mais claros.

 

Mas há muito mais para ver. Como por exemplo este cágado-mediterrânico que pensava ter passado desapercebido.

 

 

A Reserva Natural Local do Paul de Tornada – um dos sítios Ramsar, lista internacional que distingue as zonas húmidas do planeta com maior relevância – tem 25 hectares permanentemente alagados e um sistema de valas de drenagem que conflui no rio Tornada. Além das espécies que vivem todo o ano no paul, há outras que o procuram durante as migrações para se alimentar e descansar. Ao todo estão registadas para a reserva mais de 140 espécies de animais.

O paul é ainda um importante local para as duas espécies de cágados selvagens do país, funcionando como um refúgio crucial.

 

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.

Vai realizar-se um percurso guiado pelo Paul de Tornada no dia 20 de Janeiro. Saiba mais aqui.

Saiba aqui por que é este paul tão importante para as duas únicas espécies portuguesas de cágados selvagens.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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