A luta contra o tráfico de vida selvagem em Hong Kong apreendeu na semana passada quatro toneladas de escamas de pangolim, o mamífero mais traficado do mundo.
A apreensão aconteceu a 23 de Junho pelas autoridades de Hong Kong. Tratava-se de um carregamento, com um valor estimado mais de um milhão de euros no mercado negro. A bordo de um cargueiro com origem nos Camarões seguiam quatro toneladas de escamas, o equivalente a 1.100 e 6.600 pangolins africanos. Estes animais, com um peso que oscila entre os dois e os 35 quilos, foram capturados na África sub-saariana.
A União Internacional de Conservação da Natureza (UICN) salienta o aumento preocupante do tráfico desta espécie icónica para a Ásia, especialmente para a China e Vietname. Nestes países, a carne de pangolim é considerada uma iguaria e as escamas do animal são usadas na medicina tradicional local.
Só na última década um milhão de pangolins terão sido tirados da natureza e traficados, estima o grupo de especialistas nesta espécie na Comissão para a Sobrevivência das Espécies da UICN. Isto equivale a um pangolim a cada cinco minutos.
Depois do forte declínio nas populações de pangolins asiáticas, as autoridades alertam agora para o elevado tráfico de pangolins africanos. A UICN estima que desde 2012, mais de 20 toneladas de escamas de pangolins africanos tendo a Ásia como destino foram apreendidas em África, na Ásia e na Europa, envolvendo entre 5.000 e 30.000 animais. “Infelizmente, estes números são apenas a ponta do iceberg”, escreve a UICN.
“Seria uma tragédia se perdêssemos os pangolins por causa do tráfico de espécies selvagens”, acrescenta a organização. “Precisamos garantir, urgentemente, estratégias para combater este tráfico, incluindo a melhoria da legislação, a protecção e monitorização das populações destes animais e o envolvimento das comunidades locais.”
[divider type=”thick”]Saiba mais.
Conheça a campanha lançada a 5 de Junho pela ONU contra o tráfico de espécies selvagens e explore o seu site oficial.