PUB

Macho de melro-tricolor (Agelaius tricolor). Foto: David Menke/Wiki Commons

Há um declínio “alarmante” de aves nos EUA, alerta novo estudo

14.03.2025

O relatório sobre o Estado das Aves em 2025, publicado esta semana, avisa que são necessárias ações de conservação urgentes para 229 espécies.

Há um declínio generalizado das populações de aves nos Estados Unidos que se faz hoje sentir praticamente em todos os tipos de habitats, tanto terrestres como marinhos, avisa um novo relatório sobre o estado das aves no país, divulgado esta semana.

Um total de 229 espécies necessitam de ações de conservação urgentes, mas a situação é pouco animadora para muitas mais, uma vez que um terço das diferentes aves norte-americanas estão num estado de conservação preocupante.

Aliás, segundo o novo estudo, pelo menos 112 espécies de aves perderam mais de metade das suas populações desde a década de 1970. A situação é especialmente preocupante para 42 espécies que apresentam níveis de população “perigosamente baixos”, como o colibri-de-allen (Selasphorus sasin), o melro-tricolor (Agelaius tricolor) e o pardal-do-sapal (Ammospiza caudacuta), destaca uma nota de imprensa divulgada pelo Cornell Lab. “Estas aves estão em risco sem uma intervenção imediata”, alerta.

Este documento segue-se ao anterior relatório sobre o Estado das Aves nos EUA publicado em 2019, que concluiu que se tinham perdido 3000 milhões de aves na América do Norte nos últimos 50 anos.

Os patos são um dos grupos para os quais o estudo chama agora a atenção: apesar de serem das espécies com menos perdas ao longo do tempo, a stuação inverteu-se recentemente. Desde 2017, as espécies deste grupo perderam 30% das suas populações, indica o Huffington Post.

O relatório divulgado esta quinta-feira resulta do trabalho de várias organizações científicas e de conservação americanas, incluindo a Universidade de Cornell, a American Bird Conservancy, a National Audubon Society e a American Ornithological Society.

Os autores basearam-se em dados recolhidos por agências americanas como o US Fish and Wildlife Service e por projetos de ciência cidadã, como o eBird, coordenado pela Universidade de Cornell.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

Don't Miss