A propósito do Ano Novo Chinês 2025, que começou a 29 de janeiro e marca a chegada do Ano da Serpente, perguntámos ao investigador Diogo Parrinha qual a diferença entre cobra e serpente.
Em Portugal, as serpentes ocorrem por todo o território, desde as mais pequenas (como a cobra-de-capuz) às maiores (como a cobra-rateira).
“De uma forma simples, tal como no caso dos pássaros e das aves, todas as cobras são serpentes, mas nem todas as serpentes são cobras”, explicou Diogo Parrinha, herpetólogo e aluno de doutoramento do BIOPOLIS/CIBIO, à Wilder.
“Tecnicamente, podemos dizer que ‘cobras’ são as serpentes da família Colubridae, tal como ‘víboras’ são as serpentes da família Viperidae. No entanto, esta é uma questão de linguagem ‘complicada’ pelo Português, uma vez que utilizamos o termo ‘cobra’ para nos referirmos a qualquer serpente, independentemente da família, e o termo ‘serpente’ não é tão utilizado na linguagem comum. A mesma confusão não se verifica em Inglês, em que o termo comum para qualquer serpente é ‘snake'”.
E acrescentou: “curiosamente, quando os Portugueses chegaram ao continente Africano utilizaram o termo ‘cobra de capelo’ para se referirem às serpentes do género Naja que lá encontraram e até hoje muitas serpentes da família Elapidae (principalmente as do género Naja, mas não só) são vulgarmente conhecidas por ‘Cobras’ em Inglês”.
Resumindo, “podemos ser preciosistas e dizer que as cobras são as serpentes da família Colubridae em Português, mas na prática os termos ‘cobra’ e ‘serpente’ na nossa língua são utilizados quase como sinónimos”.
Mais especificamente, em Portugal, a identificação das serpentes é feita através da observação das marcas que estas têm no corpo e na cabeça, pelo tamanho e pela pupila (redonda nos Colubridae e Psammophiidae; vertical nos Viperidae).
Em Portugal há sete espécies de cobras (cobra-de-água-de-colar, cobra-de-água-viperina, cobra-de-capuz, cobra-de-escada, cobra-lisa-meridional ou cobra-lisa-bordalesa, cobra-lisa-europeia e cobra-de-ferradura), uma cobra-africana (cobra-rateira) e duas de víboras (víbora-cornuda e víbora-de-Seoane).
Aqui pode saber como distinguir as espécies perigosas das inofensivas, com a ajuda de Davina Falcão, coordenadora do projeto Cobras de Portugal.
E aqui pode descobrir por que razão as serpentes deitam a língua de fora.