A leitora Conceição Passos fotografou este réptil em Canelas, Vila Nova de Gaia, a 19 de Outubro e pediu ajuda na identificação da espécie. Diogo Parrinha responde.
“Gostaria de saber que espécie é esta? Depois de pesquisar no Google penso que encontrei a resposta no vosso artigo. Gostaria apenas de confirmar se esta criatura é mesmo um licranço!? Foi vista na manhã de 19 de Outubro no norte de Portugal em Vila Nova de Gaia, Canelas. Abri a porta e esta fofa entrou-me dentro de casa ficando na entrada, quando me viu tentou meter-se debaixo do rodapé. Com uma pá e ajuda da vassoura apanhei-a e devolvi-a ao pinhal, que tenho nas traseiras da minha casa. Este pinhal tem imensos gatos e o meu pátio imensas lesmas, vivo nesta casa há muitos anos e foi a primeira vez que aconteceu”, escreveu a leitora à Wilder.
Trata-se de um licranço (Anguis fragilis).
Espécie identificada por: Diogo Parrinha, herpetólogo e aluno de doutoramento do BIOPOLIS/CIBIO.
“Parece-me ser um licranço (Anguis fragilis), como a leitora sugere”, respondeu Diogo Parrinha.
Esta não é uma cobra. É, na verdade, um lagarto ápode (i.e. sem patas) que ocorre sobretudo a norte do Tejo, conhecido como licranço ou cobra-de-vidro (Anguis fragilis).
Este é um lagarto da família dos anguídeos que pode chegar a medir 50 centímetros de comprimento.
Alimenta-se de lesmas, larvas e lagartas e, por isso, é comum ser visto em zonas com erva. São, aliás, benéficos em jardins uma vez que ajudam a controlar pragas de lesmas e de insectos.
São animais diurnos e gostam de se aquecer ao sol.
Ao contrário de mitos populares, o licranço não tem veneno. É inofensivo.
Agora é a sua vez.
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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.