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Foto: Joana Bourgard

Guimarães escolhida para ser a Capital Verde Europeia em 2026

27.11.2024

A cidade portuguesa foi distinguida hoje, dia 27 de Novembro, em Valência, num concurso onde também competiam as cidades de Heilbronn (Alemanha) e de Klagenfurt (Áustria).

  

O prémio foi atribuído hoje, em Valência, Espanha, cidade que detém a distinção de Capital Verde Europeia 2024. A cidade portuguesa concorria com Heilbronn (Alemanha) e Klagenfurt (Áustria), tendo-se, agora, sagrado vencedora, depois de, no ano passado, já ter figurado entre as três cidades finalistas. No âmbito do prémio, o município de Guimarães irá receber um apoio financeiro que será aplicado em projetos e iniciativas de sustentabilidade, no âmbito da estratégia realizada pelo município.

Ao longo das diversas fases do prémio, o painel responsável pela avaliação das candidaturas a Capital Verde Europeia 2026, composto por sete especialistas independentes, destacou Guimarães pelo seu desempenho excecional em sete parâmetros ambientais – “qualidade do ar”; “ruído”; “água”; “biodiversidade, áreas verdes e uso do solo”; “resíduos e economia circular”; “alterações climáticas: mitigação; e “alterações climáticas: adaptação” –, reconhecendo o compromisso contínuo do município com a sustentabilidade ambiental.

Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal, manifestou o seu contentamento por este prémio, que considera merecido, pelo caminho que tem vindo a ser percorrido desde 2013: “Quero felicitar toda a equipa de trabalho, técnica e política, e todos os elementos da Estrutura de Missão Guimarães 2030, pela resiliência que evidenciaram durante todo este processo de três candidaturas. Mas quero sobretudo felicitar, com especial emoção, toda a comunidade vimaranense, desde os alunos das nossas escolas às Brigadas Verdes, da comunidade científica à empresarial. Todos foram importantes neste sucesso pelo envolvimento que demonstraram, e todos serão fundamentais para que 2026 seja mais um grande momento de celebração coletiva para Guimarães”, disse o edil.

A candidatura de Guimarães a Capital Verde Europeia é sustentada por mais de uma década de trabalho na transição climática, focada nas sete áreas de indicadores ambientais definidas pela Comissão Europeia. Guimarães tinha apresentado a primeira candidatura ao prémio em 2017 – tendo alcançado o quinto lugar entre as 13 cidades concorrentes.

O município vimaranense é uma das 100 cidades europeias comprometidas com a neutralidade climática até 2030. Este compromisso reflete-se no Plano Estratégico e Ecossistema de Governação Guimarães 2030, que promove uma gestão ambiental integrada e multidisciplinar, envolvendo vários setores da sociedade: investigação, envolvimento dos cidadãos e educação ambiental.

Guimarães conta ainda com o Laboratório da Paisagem e o programa PEGADAS, através dos quais tem promovido a sensibilização para questões ambientais, incentivando comportamentos mais sustentáveis entre os cidadãos e as escolas, e os projetos Desporto Carbono Zero e o Bairro C, iniciativas que visam a descarbonização e a criação de comunidades sustentáveis.

A cidade está ainda envolvida em várias missões europeias relacionadas com os oceanos, solos e alterações climáticas, com projetos já em fase de implementação.

“Sagrando-se, agora, Capital Verde Europeia 2026 – a segunda cidade portuguesa a obter o título, depois de Lisboa (2020) –, Guimarães dará continuidade aos projetos de revitalização da cidade, promoção de novas iniciativas com vista à neutralidade climática até 2030, assim como iniciativas para a melhoria de condições do território, gestão de resíduos e proteção da biodiversidade”, segundo um comunicado da autarquia.

O prémio Capital Verde Europeia é atribuído anualmente, destinando-se a cidades europeias com mais de 100 mil habitantes que se distingam em matérias de sustentabilidade ambiental, social e económica. A atribuição do prémio resulta de um processo de seleção rigoroso, ao longo do qual as cidades candidatas devem apresentar argumentos e provas do que já foi implementado à data e do que ainda será feito para se tornarem mais sustentáveis.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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