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UTAD socorreu 350 animais selvagens em 2015 e a maioria foram aves

30.12.2015

Ao longo deste ano, 350 animais em risco de vida foram socorridos pelo Centro de Recuperação de Animais Selvagens (CRAS) do Hospital Veterinário da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. A maioria foram aves.

 

Dos 350 animais socorridos, o maior número são aves (80%), depois mamíferos (14%) e répteis (6%). Durante este ano passaram por aquele centro espécies como o falcão-peregrino, bufo-real, açor, águia-calçada, penereiro-das-torres, corço, cágado-mediterrânico, águia-d’asa-redonda, coruja-do-mato, ouriço e cegonha-branca.

“As razões que conduziram à admissão destes animais foram várias, mas na sua maioria devem-se ao impacto do Homem sobre o seu habitat, destacando-se os animais vítimas de disparo, os atropelados ou retidos em cativeiro”, explica Roberto Sargo, um dos investigadores do CRAS, em comunicado.

“Infelizmente muitos destes animais apresentavam lesões que não permitiam a sua devolução à Natureza ou que conduziram à sua morte”, acrescentou.

O CRAS dedica-se à recepção, acolhimento, tratamento e reabilitação da fauna selvagem autóctone. E na altura de devolver os animais recuperados à natureza, o centro organiza acções pedagógicas e palestras junto das crianças e jovens das escolas da região. No ano de 2015 foram realizadas mais de 100 acções. O objectivo é “chegar, de uma forma viva e interativa, aos mais novos, sensibilizando-os para a necessidade de se salvaguardar a sobrevivência dos animais que asseguram o equilíbrio do ecossistema, para que amanhã venham a tornar-se, eles próprios, os novos guardiões da natureza”.

 

[divider type=”thin”]Agora é a sua vez.

Se encontrar um animal selvagem ferido, estas são as indicações daquilo que deve fazer, segundo Roberto Sargo:

“Ao ser encontrado um animal selvagem ferido deverá, caso seja possível, ser entregue diretamente no CRAS da UTAD ou então contactar uma equipa do SEPNA da GNR, preparada para a recolha e transporte de fauna selvagem até ao centro de recuperação mais próximo. No caso de se proceder à recolha, deverá pegar-se no animal com uma toalha, colocá-lo num ambiente calmo, idealmente uma caixa de cartão ou transportadora de animais, e realizar o transporte logo que possível. Não se deve manter o animal em casa mais tempo do que o absolutamente necessário, nem alimentá-lo ou manuseá-lo”.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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