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Quercus preocupada com obra no rio Tejo que impede passagem de peixes

16.12.2015

A construção de um aterro a jusante da Central Termoeléctrica do Pego, no concelho de Abrantes, estará a impedir a passagem de peixes naquele troço do rio Tejo, alerta a Quercus. A associação já contactou as autoridades.

 

O novo aterro em construção no rio visa requalificar uma estrutura que ficou submersa, mas que era de menores dimensões, para ajudar a captar a água pela central termoeléctrica.

Segundo a Quercus, que visitou o local, a nova estrutura está a ser erguida a uma “cota muito acima do nível da água, constituindo um claro obstáculo à navegação e à passagem de peixes, para além de afetar negativamente a paisagem deste troço do rio Tejo”, diz em comunicado divulgado ontem.

Em causa estão várias populações de peixes, “quer de espécies migradoras, quer de outras espécies que percorrem distâncias mais curtas ao longo do rio e que já se encontram em risco, em grande medida, devido à existência de obstáculos, como barragens e açudes, que interrompem a sua migração ou normal circulação”.

Alerta ainda que, no caso de cheias, “as pedras de grandes dimensões podem ser arrastadas pela corrente para jusante, obstruindo o leito do rio”.

A associação de conservação da natureza já contactou o Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da GNR (SEPNA) para averiguar a legalidade da construção e enviou um pedido de esclarecimento à Agência Portuguesa do Ambiente.

A direcção nacional da Quercus pede uma avaliação ambiental para que “seja reposta a situação anterior para evitar a consolidação de mais uma barreira que impede a circulação das populações de peixes no rio Tejo”.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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