A construção de um aterro a jusante da Central Termoeléctrica do Pego, no concelho de Abrantes, estará a impedir a passagem de peixes naquele troço do rio Tejo, alerta a Quercus. A associação já contactou as autoridades.
O novo aterro em construção no rio visa requalificar uma estrutura que ficou submersa, mas que era de menores dimensões, para ajudar a captar a água pela central termoeléctrica.
Segundo a Quercus, que visitou o local, a nova estrutura está a ser erguida a uma “cota muito acima do nível da água, constituindo um claro obstáculo à navegação e à passagem de peixes, para além de afetar negativamente a paisagem deste troço do rio Tejo”, diz em comunicado divulgado ontem.
Em causa estão várias populações de peixes, “quer de espécies migradoras, quer de outras espécies que percorrem distâncias mais curtas ao longo do rio e que já se encontram em risco, em grande medida, devido à existência de obstáculos, como barragens e açudes, que interrompem a sua migração ou normal circulação”.
Alerta ainda que, no caso de cheias, “as pedras de grandes dimensões podem ser arrastadas pela corrente para jusante, obstruindo o leito do rio”.
A associação de conservação da natureza já contactou o Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da GNR (SEPNA) para averiguar a legalidade da construção e enviou um pedido de esclarecimento à Agência Portuguesa do Ambiente.
A direcção nacional da Quercus pede uma avaliação ambiental para que “seja reposta a situação anterior para evitar a consolidação de mais uma barreira que impede a circulação das populações de peixes no rio Tejo”.