O leitor João Félix Costa encontrou estas pegadas na Charneca da Caparica a 8 de Novembro e pediu ajuda na identificação da espécie. Francisco Álvares responde.
“Sou vosso leitor já há bastante tempo e aproveito desde já para vos felicitar pelo extraordinário trabalho que desenvolvem e o contributo muito positivo na preservação da fauna e flora. Decidi pedir a vossa ajuda uma vez que a história que trago, infelizmente, não teve um final feliz. A minha namorada iniciou um projeto de forest school na zona da charneca da Caparica e adquiriu duas cabrinhas anãs para o espaço. Infelizmente na semana passada encontrámos ambas mortas com marcas de dentes na zona jugular e uma delas tinha uma orelha e o rabo ruídos, as carcaças não estavam comidas. Temos andado atentos aos bicharocos que passeiam pelo espaço e detetámos hoje (8 de Novembro) de manhã as pegadas que seguem em anexo. Pedimos a vossa ajuda na identificação do animal uma vez que nos vai ajudar a explicar aos meninos que é possível identificarmos os bicharocos que encontramos na natureza através das suas pegadas como também nos vai ajudar num futuro próximo se decidirmos adquirir novos bichinhos de forma a prevenirmos um novo ataque, respeitando sempre a natureza”, escreveu o leitor à Wilder.
Tratam-se de pegadas de um mamífero carnívoro pertencente à família dos canídeos.
Espécie identificada e texto por: Francisco Álvares, investigador do CIBIO-InBIO, especializado em mamíferos carnívoros.
Em geral, é dificil identificar um mamífero apenas com base em pegadas, devido à semelhança entre espécies diferentes e ao facto do substrato (areia, barro, neve, etc) poder influenciar a forma da pegada.
Com base nas fotografias, trata-se da pegada de um mamífero carnívoro pertencente à família dos canídeos, pois tem quatro dedos com as garras bem evidentes.
Tendo em conta o reduzido tamanho, poderá ser uma raposa (Vulpes vulpes) ou um cão doméstico de pequenas dimensões (mas que normalmente teria pegadas humanas associadas).
Agora é a sua vez.
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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.