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Já começou o restauro da biodiversidade nesta salina da Ria de Aveiro

30.03.2022
Trabalhos de regeneração vegetal na Marinha Santiago da Fonte. Foto: Universidade de Aveiro

Plantar árvores autóctones e controlar ervas exóticas invasoras, como a erva-das-pampas, faz parte de um plano de restauro da biodiversidade da marinha Santiago da Fonte, da Universidade de Aveiro, que já começou.

Os trabalhos de restauro da vegetação autóctone e a luta contra a persistente erva-das-pampas, no âmbito do projecto PAMPitUP – Controlo da erva-das-PAMPas no camPus da Universidade de Aveiro, estão a ser feitos pela comunidade desta universidade.

A 25 de Março aconteceu uma acção de voluntariado com alunos dos Mestrados de Ecologia Aplicada e de Biologia Aplicada do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, revelou hoje a Universidade em comunicado enviado à Wilder.

Trabalhos de regeneração vegetal na Marinha Santiago da Fonte. Foto: Universidade de Aveiro

No terreno já foi feito um corte das espécies invasoras, muito em especial da erva-das-pampas (Cortaderia selloana) mas também da cana Arundo donax e da erva-de-santiago (Delairea odorata).

“Todas as espécies de árvores que estavam cobertas pelas ervas-das-pampas foram mantidas e podadas, uma vez que fornecem abrigo e alimento para as aves, mamíferos e insectos”, explicaram, no comunicado, as coordenadoras do projecto Paula Maia e Olga Ameixa.

Entre essas árvores estão as tamargueiras (Tamarix africana), “típicas desta região que, além do enquadramento paisagístico, irão ajudar a controlar as plantas invasoras”, acrescentaram.

Além disso, foram feitas sementeiras de misturas biodiversas e plantadas árvores nativas adaptadas a este tipo de habitat. “Estas irão competir com a erva-das-pampas, impedindo o seu desenvolvimento.”

Os objectivos da intervenção nas margens desta salina são “controlar as plantas invasoras e regenerar o coberto vegetal com espécies promotoras da biodiversidade que valorizem o espaço”, segundo o comunicado da Universidade de Aveiro.

Trabalhos de regeneração vegetal na Marinha Santiago da Fonte. Foto: Universidade de Aveiro

As visitas a esta marinha, uma das poucas ainda em actividade na Ria de Aveiro, são também promovidas, através da criação de um percurso pedestre num espaço anteriormente ocupado pela erva-das-pampas.

Até agora, esta regeneração na salina tem sido feita pela comunidade da Universidade de Aveiro – nomeadamente investigadores do CESAM e do Departamento de Biologia da universidade – mas de futuro prevê-se a participação de outros interessados.

O projecto PAMPitUP é financiado pelo Fundo Ambiental.


Os artigos desta secção são apoiados pela SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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