Banner

Hora do Planeta de 2022 vai ajudar a restaurar florestas

25.03.2022
Floresta. Foto: Aymanjed Jdidi/Pixabay
Foto: Aymanjed Jdidi/Pixabay

A edição deste ano da Hora do Planeta, que acontece a 26 de Março das 20h30 às 21h30, vai ajudar a financiar vários projectos de restauro florestal, anunciou a ANP-WWF, organizadora do evento feito a pensar na participação dos cidadãos.

O evento da Hora do Planeta em Portugal promove este ano o contacto com a natureza no Parque Florestal de Monsanto, em Lisboa, numa caminhada e corrida urbana  em duas modalidades: um trilho longo de 10 a 12 quilómetros, e um trilho curto de 4 a 5 quilómetros. As inscrições, que contam este ano com 500 participantes, revertem para projectos de restauro florestal.

O ponto de partida e de chegada será o topo do Parque Eduardo VII, onde decorrerá, das 20h30 às 21h30, o “apagão” dos monumentos lisboetas, num momento de celebração que se repete um pouco por todo o planeta.

Todos os anos, são vários os municípios que se juntam à Hora do Planeta e desligam simbolicamente a iluminação dos seus edifícios mais emblemáticos. A edição deste ano conta com cerca de 90 municípios que irão desligar simbolicamente a iluminação dos seus edifícios mais emblemáticos. Em Lisboa, o Castelo de São Jorge, Cristo Rei, MAAT, Ponte 25 de Abril e o teatro Lu.Ca, e no Porto, a Ponte do Freixo, Estação Ferroviária de S. Bento estão entre os espaços que irão aderir.

A Hora do Planeta começou em 2007, em Sydney (Austrália) e, passados 15 anos, é uma iniciativa celebrada em mais de 192 países e territórios como um momento global de solidariedade pelo planeta.

Esta iniciativa pela ação climática e ambiental concentra os seus esforços em canalizar “apoio para a proteção da natureza, demonstrando a importância do restauro em larga escala como forma de combater ambas as crises, climática e de biodiversidade”.

O evento quer “apelar à necessidade de uma lei europeia robusta, capaz de restaurar a natureza e recuperar a saúde dos ecossistemas dos quais dependemos e que estão já muito danificados”, segundo um comunicado da ANP-WWF.

Para Ângela Morgado, directora executiva da ANP|WWF, “a Hora do Planeta é um movimento histórico criado pela vontade das pessoas em trazer à luz a nossa relação estragada com o planeta. Consideramos que é uma oportunidade importante para todos nós – pessoas, autoridades e empresas – pararmos e observarmos os nossos comportamentos, e agora, mais do que nunca, revertermos os estragos que já causámos”.

Num momento em que a Comissão Europeia se prepara para publicar a Lei Europeia do Restauro da Natureza, a Hora do Planeta 2022 vai focar-se na importância de proteger a natureza mas sobretudo, na necessidade de recuperar o que já está degradado.

“Esta lei deverá contribuir decisivamente para travar e reverter a perda de biodiversidade, resultando na recuperação de habitats, espécies e funcionamento dos ecossistemas, conectividade e resiliência a nível da paisagem em toda a União Europeia, sendo também importante que esta seja capaz de contribuir para a mitigação e adaptação às alterações climáticas”, entende a ANP-WWF.

Para Ângela Morgado, este é ” um momento importante em que os cidadãos e cidadãs são chamados a tomar uma posição pública e a defender a natureza. A lei que está a ser preparada tem o enorme potencial não só de  travar a destruição dos ecossistemas a que  assistimos atualmente, mas também de restaurar o que já destruímos, devolvendo habitats e protegendo as espécies dos efeitos nefastos e cada vez mais visíveis das alterações climáticas. Precisamos que o nosso Governo defenda esta lei e se comprometa com a aplicação de medidas eficazes para colmatar os enormes danos que o planeta já apresenta.”


Os artigos desta secção são apoiados pela SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves.


Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

Don't Miss