Reverter e travar a desflorestação e a degradação do território até ao final da década é o objectivo desta declaração conjunta, apoiada por 19 mil milhões de dólares (cerca de 16,4 mil milhões de euros) de fundos públicos e privados.
O compromisso foi alcançado durante a cimeira climática da ONU – COP26 – que teve início em Glasgow, na Escócia, neste último domingo, e que se realiza até 12 de Novembro. Este encontro é considerado a última grande oportunidade para abrandar o aumento das temperaturas e para convencer os líderes mundiais a adoptar metas climáticas mais exigentes.
“Países que se estendem desde as florestas boreais do Canadá e Rússia até às florestas húmidas tropicais do Brasil, Colômbia, Indonésia e República Democrática do Congo vão abraçar a Declaração de Glasgow de Líderes sobre a Floresta e o Uso da Terra“, afirmou em comunicado o Governo britânico, anfitrião da COP26. “Em conjunto, contêm 85% das florestas do mundo, numa área superior a 33 milhões de quilómetros quadrados.”
Actualmente, é perdida uma área equivalente a 27 campos de futebol de floresta por minuto, apesar destas serem consideradas os pulmões do planeta. Com efeito, absorvem cerca de um terço do dióxido de carbono que é anualmente libertado para a atmosfera a partir da queima dos combustíveis fósseis.
Por outro lado, estima-se que quase um quarto (23%) das emissões globais de carbono são provenientes de actividades ligadas à indústria madeireira, à desflorestação e à agricultura e pecuária. Nos dias de hoje, quase 25% da população mundial – 1,6 mil milhões de pessoas – dependem das florestas para a sua subsistência diária.
O investimento público garantido através deste novo compromisso – 12 mil milhões de euros – tem origem em 11 países e também na União Europeia e deverá prolongar-se entre 2021 e 2025. Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Noruega, EUA e Coreia do Sul são alguns dos financiadores.
Em causa estão iniciativas em países em desenvolvimento, incluindo apoios às comunidades indígenas, combate a incêndios e restauro de terras degradadas. Outros 7,2 mil milhões de euros são provenientes de companhias e investidores privados.
Por outro lado, presidentes executivos de empresas financeiras como a Aviva, Schroederes e Axa comprometeram-se a eliminar investimentos em actividades que estejam ligadas à desflorestação.