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Que espécie é esta: aranha-lobo

29.10.2021

O leitor Carlos Silva encontrou esta aranha em Viuveiro, Pombal, a 5 de Outubro e pediu ajuda na identificação. Pedro Sousa responde.

“Esta é a segunda aranha que capturo em minha casa esta semana. A primeira, da qual não tenho foto, quando lhe toquei para a capturar, soltou dezenas de pequeninas aranhas… Pelo que li, talvez se trate da aranha lobo? Gostaria que me confirmassem e quais os cuidados que devo ter”, escreveu o leitor à Wilder.

Trata-se, realmente, de uma aranha-lobo, portanto pertence à família Lycosidae.

Espécie identificada e texto por: Pedro Sousa, investigador do CIBIO-InBIO (Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos).

Não temos uma ideia clara do tamanho, pelo que a identificação é difícil. Na verdade a identificação de aranhas-lobo é quase sempre difícil!

Ainda assim, parece-me uma aranha grande pelo que poderá ser uma Hogna radiata ou uma Lycosa fasciiventris, ambas aranhas com mais de dois centímetros de comprimento em adultas.

Teríamos que ter outras fotos para ter mais pistas, nomeadamente da coloração da parte ventral do corpo e das patas. As Hogna e Lycosa têm colorações de aviso na parte ventral do corpo e patas que usam para avisar e afastar potenciais predadores.

Quer Hognas quer Lycosas são suficientemente grandes para morder a pele humana, no caso dos adultos como é o caso. Pela minha experiência, as Hognas são menos agressivas. Creio que as mordidas podem ser dolorosas, mas não devem acarretar outras consequências.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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