Dezenas de quilómetros de rio, na região do Tejo Internacional, estão tapados por azola, planta aquática exótica invasora. As autoridades já estarão a investigar o caso, revela a Quercus.
A proliferação massiva desta planta aquática foi registada em vários locais do rio Tejo (nomeadamente no troço internacional) e nos seus afluentes Ponsul e Aravil, alertou hoje a Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza em comunicado enviado à Wilder.
Depois de diversas denúncias de cidadãos preocupados com o estado dos rios da região, técnicos do núcleo da Quercus de Castelo Branco foram até ao terreno e confirmaram a “presença anormal de uma quantidade massiva de Azola (Azolla filiculoides), uma planta aquática invasora numa extensão de largas dezenas de quilómetros”.
Estes fenómenos agravam a degradação da qualidade da água do rio Tejo, alerta a associação.
Os tapetes densos de vegetação que se formam na superfície das águas “provocam uma diminuição da entrada de luz nas massas de água e fazem baixar o nível de oxigénio dissolvido na água, degradando ainda mais a sua qualidade”.
“Este tipo de fenómenos é, também, indicador de desequilíbrios nos ecossistemas e uma consequência da poluição, levando assim à eutrofização dos rios e provocando uma acentuada degradação da qualidade das massas de água.”
Em concreto, a azola prolifera quando as massas de água se encontram estagnadas e poluídas por fosfatos e nitratos.
Segundo o site Invasoras.pt, a azola é um pequeno feto anual de água doce, nativo da América Tropical. Esta espécie tem taxas de crescimento muito elevadas, podendo multiplicar a área invadida entre sete a 10 dias, quando a temperatura se situe entre 15 e 20°C.
“O potencial invasor desta espécie é também determinado pela presença de fósforo assimilável na água. Quando em concentrações muito elevadas, pode duplicar ou triplicar a área invadida”, segundo o Invasoras.pt.
Pode formar tapetes densos até 30 centímetros de espessura.
“A Quercus alertou de imediato as autoridades competentes, nomeadamente a APA (Agência Portuguesa do Ambiente) e o SEPNA (Serviço Especial de Proteção da Natureza da GNR), que já estarão a investigar as origens deste fenómeno.”
A associação” apela às autoridades para que prossigam a investigação sobre essas mesmas origens, reforcem os meios de fiscalização dos rios e promovam políticas de produção agrícola e pecuária ecológicas, de modo a que Portugal possa cumprir a Diretiva-Quadro europeia da Água, o principal instrumento da Política da União Europeia relativa à água”.