Banner

Foto: Pixabay

Formigas ajudam plantas a combater pelo menos 14 doenças

18.10.2019

São seres aparentemente insignificantes, mas as formigas segregam antibióticos que são importantes pesticidas biológicos e que podem ajudar as plantas a manterem-se saudáveis.

Foi esta a conclusão a que chegaram cientistas da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, depois de reverem uma série de estudos que analisavam as relações entre formigas, doenças e plantas. O resultado foi publicado este mês na revista científica Oikos.

As formigas segregam antibióticos através de glândulas que têm no corpo. Abrigam também grupos de bactérias, nas pernas e no corpo, e acredita-se que esses organismos também produzem antibióticos, explica uma nota divulgada pela Universidade de Aarhus.

Os investigadores acreditam que são essas substâncias fornecidas pelas formigas que ajudam as plantas a defenderem-se de pelo menos 14 doenças. Agora pretendem avançar, com base nesse novo conhecimento, para o fabrico de novos produtos biológicos que poderão ser usados na agricultura.

Mas porque é que as formigas fabricam estas substâncias? Uma vez que vivem em grande número nos formigueiros, sujeitas a doenças que se espalham rapidamente, conseguem dessa forma curar-se e tratarem-se umas às outras.

Um estudo anterior tinha concluído que a mudança de formigas para um pomar de macieiras ajudou a reduzir a ocorrência de duas doenças nessas árvores. Foi essa a pista que inspirou estes investigadores a irem em busca de outros estudos semelhantes.

“Ainda não sabemos como é que as formigas curam as plantas”, confessa o autor principal do artigo, Joachim Offenberg. “Mas sabemos que as formigas segregam feromonas nos trilhos que percorrem nas plantas para não se perderem, e que algumas dessas têm propriedades antibióticas. O efeito de cura das plantas pode dever-se a essas feromonas.”


Saiba mais.

Descubra porque é que por esta altura do ano, quando chove, aparecem tantas formigas com asas.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

Don't Miss