O leitor José Manuel Costa fotografou a 30 de Junho um insecto verde em Alegrete, no Parque Natural da Serra de São Mamede. Eva Monteiro identifica a espécie.
Trata-se de um grilo-de-sela-de-Coruche (Neocallicrania lusitanica).
Espécie identificada e texto por: Eva Monteiro, Rede de Estações da Biodiversidade, Tagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.
O grilo-de-sela-de-Coruche é assim chamado porque os exemplares usados na descrição da espécie foram colectados em Coruche.
É uma espécie endémica da Península Ibérica, mas a maior parte da sua área de distribuição encontra-se na região centro de Portugal, como se pode ver aqui.
Estes insectos vivem em matos mediterrânicos, em arbustos vários, como por exemplo as plantas do género Cytisus spp. (que inclui várias espécies de giestas) e do género Ulex spp. (como os tojos). No fim da Primavera e no Verão, os machos de grilo-de-sela-de-Coruche cantam ao fim da tarde escondidos no interior destes arbustos, atraindo as fêmeas para acasalar.
Por este motivo, e para ouvidos bem treinados, são mais fáceis de detectar através do seu canto ritmado: um “tzz-tzz-tzz” rápido e curto, que faz lembrar o canto das cigarras. São, por isso, também popularmente conhecidos como cigarrinhas, embora pertençam a duas ordens diferentes (Orthoptera, no caso dos grilos-de-sela, e Hemiptera, no caso das cigarras).
Agora é a sua vez.
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