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Acacia dealbata. Foto: Elizabete Marchante

Saiba quais as invasoras mais comuns a despontar nas áreas ardidas

22.11.2017

Depois de um incêndio começam a despontar as primeiras plantas entre o negro da paisagem. São pequenos pontos verdes que dão esperança. Mas, muitas vezes, esses pioneiros são espécies exóticas invasoras que beneficiam do fogo. As investigadoras Elizabete Marchante e Hélia Marchante ajuda-o a identificar quais são.

 

Esteja atento à acácia-de-espigas (Acacia longifolia), especialmente no Litoral, e à mimosa (Acacia dealbata) e austrálias (Acacia melanoxylon) mais no interior.

 

Acacia longifolia. Foto: Elizabete Marchante

 

Acacia dealbata. Foto: Elizabete Marchante

 

Também são de notar outras acácias, como a Acacia retinodes e a Acacia saligna.

Além das acácias, a háquea-picante (Hakea sericea) e a háquea-folhas-de-salgueiro (Hakea salicifolia) eram espécies que estavam presentes em muitas das áreas atingidas pelos incêndios deste ano, em algumas situações com grandes densidades e extensões.

 

Mapa com acacias e háqueas invasoras

 

Mapa da área ardida

 

Estas são espécies que beneficiam do fogo. A germinação das sementes das acácias é estimulada pelo fogo. E no caso da háquea-picante, a abertura dos frutos (e posterior dispersão) é estimulada pelo fogo.

 

Hakea sericea. Foto: Elizabete Marchante

 

 

É expectável que venha a agravar-se a invasão por espécies de plantas exóticas pirófitas, principalmente acácias e háqueas, em muitas das áreas ardidas, de forma mais ou menos rápida dependendo das condições meteorológicas que se verificarem.

 

Frutos de Hakea sericea. Foto: Elizabete Marchante

 

Se a gestão destas espécies invasoras não for considerada de uma forma eficaz, a invasão não só ocupará áreas muito extensas (previamente invadidas ou novas áreas onde o banco de sementes existia/ passou a existir) mas poderá também colocar em risco o sucesso de ações de recuperação (plantações, sementeiras, acções facilitadoras das plantas existentes, etc.).

 

Plantulas de acacia. Foto: Francisco López-Núñez

 

É essencial que esta gestão seja adaptada à resposta das plantas (tanto invasoras como nativas) e planeada a longo-prazo. Uma só intervenção de controlo muito raramente (para não dizer nunca) é suficiente para controlar uma planta invasora.

 

[divider type=”thick”]Saiba mais sobre as plantas exóticas invasoras com o projecto Invasoras.pt, cujas coordenadoras são Elizabete Marchante e Hélia Marchante.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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